CARTAS DOS LEITORES
Internet da UNITEL
Sou usuário dos serviços de Internet da UNITEL há algum tempo, mas desde muito recentemente que voltei a adquirir um novo modem, com cartão SIM da referida operadora, que me tem pregado susto. Ao contrário do passado, em que o pagamento da Internet era feito com a previsão de gastos e tempo, hoje para melhor ir ao bolso dos clientes a operadora atribui tudo ao uso. Pagas mais e mais não importa porque tudo pode acabar no mesmo minuto, sem que a pessoa tenha uma previsão. É um roubo autêntico. Deixa-me dizer que os serviços de acesso à Internet, quer da Movicel, quer da UNITEL, já foram acessíveis e, mais importante, passíveis de quantificar, programar e prever gastos ao longo de dias, semanas e meses. Há algum tempo, era fácil prever e pagar com a percepção, ainda que sob estimativa, do tempo de usufruto, independentemente dos gastos dependerem da forma como se acessasse, na altura. Qualquer pessoa podia programar o carregamento do modem com a previsão de gastos estimados, realidade que ajuda a programar a vida.
Hoje, a UNITEL pretende fazer o contrário, levar as pessoas a pagarem para recarregarem um modem para acesso à Internet sem uma previsão temporal, atribuindo aos gastos ao uso ou forma de acesso. É verdade que sempre foi assim e com a diferença de que antes era possível qualquer usuário ter um perfil de uso e gasto previsível decorrente do pagamento que fez. Eu não compreendo como é que hoje a UNITEL tem dificuldade em estabelecer um padrão ou padrões de gastos em que os clientes consigam programar as suas vidas, pagando determinado valor para um determinado tempo, como sucedia no passado. Não se pode pagar para acessar à Internet e os gastos ficarem unicamente condicionados ao uso sem que haja uma previsão, ainda que em estimativa. Será que os utts, o volume de megabites gastos no acesso, ao abrir vídeos ou áudios, não são quantificáveis em termos de tempo e valor? Será que, tal como no passado, quando o acesso era feito sob uma espécie de sistema pós pago, em que as pessoas sabiam de antemão para quanto tempo estariam a pagar, não pode voltar a ocorrer? Não estão em causa ainda os valores que a operadora cobra para o acesso à Internet, que não é barato, mas apenas a modalidade por via da qual as pessoas poderiam programar melhor as suas vidas e reduzir o sentimento de estarem a ser roubadas. É que assim, a sensação de roubo é grande e espero que as entidades competentes façam alguma coisa porque em todo o mundo a tendência não é a Internet tornarse cara, mas o contrário.
PAULO BOTOMONA
Cazenga
Um alerta importante
Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar e elogiar a entrevista dada pelo Presidente da Comissão Executiva da Comunidade Econômica dos Estados da África Central (CEEAC), que deixou importante recados à diplomacia angolana. Gilberto Veríssimo exemplificou que o país não retira proveitos, como Estado membro com contribuições em dia, dos grandes projectos das organizações de que faz parte. E isso é mau para Angola, que deve começar a capacitar mais os quadros.