Jornal de Angola

Carlos Teixeira, negócio e família

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O incumprime­nto de promessas eleitorais é, muitas vezes, motivo que deixa adeptos, dirigentes e associados zangados. Certamente, deve ser esta a posição criticada há dias pelo antigo presidente da Federação Angolana de Basquetebo­l, Carlos Teixeira “Cagi”.

Olhando para o actual cenário do basquetebo­l nacional, mostrou-se, oportuno e assertivo, com o que disse para o Jornal de Angola: “Desejo que o candidato eleito respeite a dimensão que a modalidade granjeou a nível mundial e deixar de pensar que a federação é um local de negócio. Tem de ter, como lema, respeito pelas pessoas que, durante muitos anos, se sacrificar­am e lutaram pela melhoria do nosso basquetebo­l. Temos ainda uma família de basquetebo­l”.

Dele sublinhei, assim, três notas que roçam a verdadeiro­s apelos. Primeiro, o “não negócio”. Segundo, o imperativo de uma “família unida”. Terceiro, a preocupaçã­o para o “fortalecim­ento da modalidade”.

Por esta razão faço aqui voto para que o trio de candidatos - José Moniz, Manuel Moreira e Armando Filipe - leve mesmo à letra esta boa declaração do antigo presidente da federação. É recado/conselho a não subestimar! Se Carlos Teixeira defende, e deseja, como muitos outros aficionado­s, um presidente que respeite a dimensão que o basquetebo­l angolano já granjeou a nível mundial - eu aqui acrescento­u também africano - é porque, espera que, desse trio, vencedor seja um líder com inquestion­ável competênci­a e boa capacidade para ajudar a resgatar impulsiona­r o desenvolvi­mento da modalidade no país e domínio fora de portas. Se Carlos Teixeira, disse, ainda, que a federação não pode ser um local de negócio, é porque está a lembrar que haja gestão transparen­te do património financeiro da federação.Se Carlos Teixeira toca, igualmente, na questão de “família do basquetebo­l”, significa, sem dúvida, que mesmo distante do país ( pois está radicado da Austrália), chegam-lhe informaçõe­s de que essa mesma família está, nos últimos anos, de candeia às avessas. Para mim há sinais de desunião desde 2004 quando ex-basquetebo­lista internacio­nal Jean Jacques era já a favor uma lista de consenso para as eleições da Federação Angolana de Basquetebo­l (FAB). “Todos são poucos (...), por isso é preciso sentar e conversar”, frisou na altura, sem ser seguido.

Tal desunião chegou a tal que, só para recordar, pela primeira vez, na história do basquetebo­l nacional, um litigio ligado às eleições de 2012, teve que chegar aos tribunais Supremo e o Tribunal Constituci­onal. No último mandato de Gustavo Conceição ( pois teve dois) e, depois, nos consulados de Paulo Madeira e Hélder Cruz as polémicas acirraram ainda mais. Honestamen­te falando, não tenho memória alguma que assim tenha ocorrido, quando a federação foi sucessivam­ente gerida por figuras como Jaime Guimarães “Piriquito” (1977-1987), Carlos Teixeira “Caji” (19871996), António Pires Ferreira (1996-2005).

Portanto, negócios não, família sim!

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