Angola assina novos contratos de concessão
Presidente da ANPG anuncia acordos para o segundo semestre do próximo ano
Angola espera assinar novos contratos de concessão petrolífera no segundo semestre de 2021, depois de, neste e no ano passado, ter subscrito acordos com grupos empreiteiros para operações de exploração em quatro blocos, anunciou o presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG).
Paulino Jerónimo prestou estas declarações na CeraWeek, uma conferência de assuntos relacionados à energia este ano dedicada a Angola, apontando que, em 2019 e 2020, a ANPG assinou acordos com grupos empreiteiros para os blocos 14, 15, 17 e 18.
No bloco 14, prosseguiu, foram avaliadas três áreas de desenvolvimento e, como resultado, são perfurados seis novos poços, enquanto no bloco 17 foi assinado um acordo para a extensão da licença de concessão em duas etapas distintas: a primeira até 2035 e a segunda até 2045, prevendo-se que, em 2024, o bloco esteja a produzir, pelo menos, 400.000 barris por dia.
No bloco 18, o desenvolvimento do Campo Platina foi aprovado e a extracção do primeiro óleo é esperada no final do próximo ano, avançou o responsável, notando a assinatura de um acordo com um novo consórcio de gás para desenvolver os campos de gás não associado nos blocos 1, 2 e 3 e fazê-lo chegar à Angola LNG.
Paulino Jerónimo acrescentou que, durante esse período, a ANPG conseguiu trazer para Angola três novas plataformas, estando em discussão a instalação de mais,
“para que executemos o plano inicialmente aprovado econseguirmos atenuar o declínio da produção”.
Questionado sobre o resultado das licitações realizadas em 2019, o presidente do Conselho de Administração da ANPG realçou a aprendizagem em dois campos distintos.
“Hoje sabemos que Angola tem de publicitar melhor os processos de licitação, com mais tempo de antecedência e também que temos de tornar o petróleo lucro (share profit oil) mais atractivo para quem investe”, indicou Paulino Jerónimo.
O responsável referiu, por outro lado, a criação, em meados de Setembro, de dois grupos de trabalho para decidirem acções que visam aumentar a competitividade do sector em Angola.
Um desses grupos tem como objectivo estabelecer as regras de partilha de meios das operações logísticas entre os operadores, com vista à criação de sinergias e à optimização dos custos de exploração e de produção.
O outro visa a criação de um “benchmark” fiscal e contratual para se perceber o nível de competitividade do sector em Angola quando comparado com o continente africano e com os restantes mercados mundiais.
“Ambos os temas são importantes, mas o segundo assume particular relevância porque nos permitirá aferir o nível de competitividade fiscal e contratual que temos no presente e, consequentemente, introduzir as melhorias que sejam necessárias”, enfatizou Paulino Jerónimo.