Jornal de Angola

Comissões aprovam fim da imunidade de Manuel Rabelais

- Adelina Inácio

As comissões especializ­adas da Assembleia Nacional aprovaram ontem, por unanimidad­e, o relatório parecer conjunto e a proposta de resolução para a retirada de imunidade e suspensão de mandato do deputado do MPLA Manuel Rabelais.

As comissões especializ­adas da Assembleia Nacional aprovaram, ontem, por unanimidad­e, o relatório parecer conjunto e a proposta de resolução para a retirada de imunidade e suspensão de mandato do deputado do MPLA Manuel Rabelais.

Os documentos deverão ser aprovados, em definitivo, na reunião plenária de terça -feira. O presidente da Comissão de Mandatos, Ética e Decoro Parlamenta­r, Justino Pinto de Andrade, explicou que a primeira e nona comissões têm a responsabi­lidade de elaborar o relatório parecer conjunto e uma proposta de resolução que devem ser aprovados, em definitivo, em reunião plenária.

Justino Pinto de Andrade adiantou que os dois documentos foram aprovados sem contestaçã­o dos deputados das referidas comissões especialid­ades. “Foram aprovados por unanimidad­e e penso que na plenária não haja grandes questionam­entos, até porque é um dever constituci­onal”, declarou o deputado, lembrando que a Assembleia Nacional não julga, nem investiga, mas dá condições para que os órgãos de Justiça possam prosseguir as investigaç­ões.

“Esperamos que o nosso colega compreenda que estamos a fazer o nosso papel de acordo com a Constituiç­ão e Regimento da Assembleia Nacional”, sublinhou.

Justino Pinto de Andrade lembrou, ainda, que quando a acusação está suficiente­mente fundamenta­da, o papel do Parlamento é responder ao pedido do Tribunal de levantamen­to das imunidades e suspensão de mandatos.

O deputado do grupo parlamenta­r da CASA-CE adiantou que a comissão que dirige não tomou conhecimen­to de outro pedido de retirada de imunidade. “O único pedido de levantamen­to das imunidades, até agora, foi do deputado Manuel Rabelais”, disse.

Segundo a deputada Mihaela Weba, da UNITA, ao votar favoravelm­ente os relatórios, o seu partido está a cumprir o que a Constituiç­ão impõe e defende.

A deputada, que pertence à comissão que trata dos

Assuntos Constituci­onais e Jurídicos, informou que a suspensão de mandato e levantamen­to das imunidades deve ser aprovado por um mínimo de 111 votos.

Na óptica de Mihaela Weba, apesar do processo que visa o levantamen­to de imunidade ao deputado Manuel Rabelais, o combate à corrupção continua a ser selectivo. Justificou a opinião com o facto de existirem outros deputados constituíd­os arguidos, cujos processos continuam lentos. Citou o exemplo do deputado Higino Carneiro, também do grupo parlamenta­r do MPLA.

Weba lembrou que Manuel Rabelais e Higino Carneiro “foram constituíd­os arguidos ao mesmo tempo, mas que o processo do também general na reserva está estagnado”. “Não é de animo leve que a PGR decide constituir arguido um determinad­o indivíduo. Fá-lo quando há indícios fortes de cometiment­o de crime”, lembrou.

Dever de colaboraçã­o

O deputado João Pinto, do MPLA, entende que a Assembleia Nacional deve colaborar com os outros órgãos de soberania e que, por força disso, deve responder, positivame­nte, ao pedido do Tribunal Supremo.

“Havendo despacho de pronúncia e o poder judicial pedir que a Assembleia Nacional se pronuncie sobre a retirada das imunidades, o Parlamento deve responder. Se um poder escreve à Assembleia Nacional para que suspenda o mandato de um deputado para permitir o exercício da sua função de julgar e apurar se os factos são verdadeiro­s ou falsos, a Assembleia não pode oporse porque estaria a pôr em causa a separação de poder e o respeito pelos outros poderes”, sustentou.

João Pinto lembrou que não é a primeira vez que a Assembleia Nacional vota para a retirada de imunidade de um deputado. “Já aconteceu, no passado, com o deputado Melo Xavier”, disse.

Quanto à acusação da UNITA, segundo a qual os processos de combate à corrupção são selectivos, o deputado do MPLA respondeu: “não há investigaç­ão sem escolhas”.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Assunto é decidido, em definitivo, na plenária de terça-feira

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