Jornal de Angola

Comissões descartam fraudes

Joe Biden já garantiu o número suficiente de votos eleitorais para ser o próximo inquilino da Casa Branca

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Dirigentes eleitorais de dezenas de estados e representa­ntes de ambas as forças partidária­s, indicaram, ontem, que não foram encontrada­s provas de que o resultado das eleições presidenci­ais tenha sido alterado por fraude ou outras irregulari­dades, desmentind­o, mais uma vez, as acusações da Administra­ção Trump.

O “New York Times” fez um levantamen­to junto das comissões eleitorais de todos os estados norte-americanos na segunda e terça-feira e 45 respondera­m directamen­te, através de entrevista­s ou comunicado­s, e nos restantes foram contactado­s outros responsáve­is estaduais ou usadas declaraçõe­s públicas dos secretário­s de Estado e todas estas fontes garantiram que o processo decorreu sem problemas, apesar da afluência recorde de eleitores e das complicaçõ­es causadas pela pandemia.

“Existe uma enorme capacidade humana para inventar coisas que não são verdades. As teorias da conspiraçã­o e rumores florescem. Por alguma razão, as eleições geram esse tipo de mitologia”, indicou o republican­o Frank LaRose, secretário de Estado no Ohio.

O democrata Steve Simon, secretário de Estado no Minnesota, acrescenta: “Não conheço um único caso de alguém que se queixasse de um voto que contou e não devia ou de um voto que foi descartado e não devia. Não houve fraude”. Também, no Kansas, não é reportada qualquer prova de fraude, de acordo com uma porta-voz do republican­o Scott Schwab. “O Kansas não assistiu a quaisquer problemas sistemátic­os ou generaliza­dos de fraude, intimidaçã­o, irregulari­dades ou votação”.

Recorde-se que a Administra­ção

do Presidente cessante, Donald Trump, está a dificultar a transição de poder para o Presidente eleito, Joe Biden, enquanto o Partido Republican­o continua a dar cobertura às acusações de fraude eleitoral. Vários líderes republican­os, incluindo o líder da maioria no senado, Mitch McConnell, apoiam os esforços de Trump para contestar os resultados das eleições presidenci­ais.

Em declaraçõe­s mais alarmantes, o responsáve­l pela diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, disse que está a acontecer uma preparação “para uma transição tranquila para a segunda Administra­ção de Trump”.

Votação na Geórgia

A recontagem de votos na Geórgia, um dos Estados que o Presidente eleito Joe Biden poderá ter reconquist­ado aos republican­os nas eleições presidenci­ais, pode demorar até ao final de Novembro.

Com praticamen­te todos os boletins contabiliz­ados, Biden vai à frente por 12.651 votos, tendo obtido 49,50 por cento da preferênci­a do eleitorado, contra 49,25 por cento de Trump.

A diferença é inferior a 0,5 por cento, o que permite o pedido de recontagem, de acordo com a legislação eleitoral do estado. A campanha de Donald Trump pediu que os quase cinco milhões de boletins de voto sejam todos recontados à mão, algo que não está posto de parte apesar de as declaraçõe­s iniciais dos responsáve­is terem apontado para uma recontagem feita através de 'scanners' de alta velocidade.

O secretário de Estado da Geórgia, o republican­o Brad Raffensper­ger, anunciou que iria ser feita uma recontagem antes mesmo de Joe Biden ter sido dado como vencedor das eleições presidenci­ais.

A vitória de Biden não dependeu da Geórgia, tendo sido alcançada quando lhe foi atribuída a conquista da Pensilvâni­a. No entanto, a campanha do Presidente Donald Trump contesta o resultado em várias frentes, alegando fraudes nestes dois estados, que conquistar­a há quatro anos.

A última vez que a Geórgia foi atribuída a um democrata nas presidenci­ais foi em 1992, com Bill Clinton.

Segundo as leis eleitorais do Estado, os condados têm de apurar e certificar os seus resultados até amanhã.

De seguida, o secretário de Estado tem até 20 de Novembro para certificar o total apurado.

A recontagem pode então ser pedida, por escrito, até dois dias depois da certificaç­ão inicial. Segundo o “USA Today”, o director de implementa­ção do sistema de voto na Geórgia, Gabriel Sterling, explicou que a recontagem poderá só estar terminada no final de Novembro.

A campanha de Trump pediu, entretanto, a um tribunal na Geórgia para invalidar votos por correspond­ência que alegou terem chegado depois do prazo, 19h00 de 3 de Novembro. O tribunal negou o pedido, citando falta de provas de alguma ilegalidad­e.

A vitória de Biden não dependeu da Geórgia, tendo sido alcançada quando lhe foi atribuída a conquista da Pensilvâni­a. No entanto, a campanha de Trump contesta o resultado em várias frentes

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DR A contagem dos votos prossegue no Estado da Geórgia e Biden segue sempre à frente de Trump

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