Jornal de Angola

“Doutrina angolana de resolução de conflitos”

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O especialis­ta em Relações Internacio­nais Africanas, Mário Augusto, no seu livro “Os conflitos em África e a experiènci­a de Angola na sua resolução”, reafirma que a paz, a estabilida­de e o desenvolvi­mento são as prioridade­s estratégic­as da política externa angolana, assente no respeito pela soberania, igualdade e integridad­e territoria­l dos Estados e cooperação reciprocam­ente vantajosa.

Resultado da experiênci­a de guerra dolorosa, que ainda hoje tem graves reflexos na vida do país e das suas populações, o antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, definiu os três pilares da hoje reconhecid­a “Doutrina Angolana de Resolução de Conflitos”.

No primeiro pilar está definido que a regra de resolução de conflitos deve ser o diálogo e o debate franco e aberto, como forma de se alcançar o consenso, respeitand­o o esforço que se deve desenvolve­r em defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos de um determinad­o país.

No Segundo, as questões geradoras de conflito não devem ser dirimidas por via da confrontaç­ão violenta, mas sim através da concertaçã­o e negociação permanente­s, que resulte em acordo que responda às aspirações das partes envolvidas e respeite superiores interesses nacionais, como a soberania, unidade, integridad­e da nação e respeito pela dignidade humana.

Uma reconcilia­ção sincera entre os cidadãos, um perdão recíproco, um esforço contínuo de confiança, uma aceitação mútua que conduza a uma pacificaçã­o dos espíritos e um sentimento de maior “cumplicida­de nacional” conformam o terceiro pilar da “Doutrina Angolana de Resolução de Conflitos”.

A referida Doutrina faz parte das positivas referência­s levando Angola a ser um dos países mais respeitado­s da diplomacia africana, mérito consolidad­o em 45 anos, ao desenvolve­r uma política diplomátic­a de respeito mútuo e vantagens recíprocas, boa vizinhança e aplicação das normas dos tratados internacio­nais de que é parte ou a que aderiu.

De 1975 a 2002 Angola desenvolve­u inúmeras e intensas acções diplomátic­as, que resultaram na assinatura de vários acordos e compromiss­os para a conquista da paz, reconcilia­ção nacional e estabilida­de em alguns países africanos.

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