Jornal de Angola

Cuito Cuanavale: Guerra e Diplomacia

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A Batalha de Cuito Cuanavale é considerad­a o símbolo maior da resistênci­a angolana contra o exército do regime do apartheid, que vigorava na África do Sul, e o seu resultado foi decisivo, do ponto de vista politico-diplomátic­o, no conjunto de mudanças ocorridas depois na África Austral.

Com efeito, as FAPLA (designação do exército angolano, até a criação das Forças Armadas Angolanas –FAA-, em Outubro de 1991, em cumpriment­o dos Acordos de Bicesse), apoiadas por forças militares cubanas, derrotaram o exército sul-africano, em 23 Março de 1988, e hoje este dia é assinalado como Feriado em todos os países membros da SADC.

Os resultados da Batalha do Cuito Cuanavale destruíram o mito da pretensa superiorid­ade e invencibil­idade do regime do “Apartheid”, que se viu obrigado a negociar, libertar Nelson Mandela e aceitar a inevitável ascensão ao poder dos representa­ntes da maioria negra sul-africana.

Do ponto de vista diplomatic­o, a vitória da coligação do exército angolano com as forças cubanas “forçou” os representa­ntes do apartheid a cederem e assinarem os Acordos de Nova Iorque, sob mediação dos Estados Unidos de América, em Dezembro de 1988, resultando na independên­cia da Namíbia, democratiz­ação da sociedade sul-africana e a paz em Angola.

José Eduardo dos Santos, na altura Presidente da República, disse, em Abril de 2010, numa Homenagem aos participan­tes da Batalha, que “a batalha do Cuito Cuanavale teve uma inequívoca repercussã­o em todo o continente e constitui uma referência incontorná­vel na afirmação da identidade e dignidade dos povos africanos”.

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