Jornal de Angola

O que dizem e aconselham os ambientali­stas...

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Segundo o ambientali­sta Vladimir Russo, o negócio das vísceras não é considerad­o crime ambiental, se a obtenção for feita de forma lícita, junto dos pescadores que fazem a limpeza e a preparação do peixe.

“As vísceras e órgãos que seriam jogados fora podem ser usados para outros fins, extraindo o óleo ou vendendo o bucho de peixe como iguaria. A legislação em vigor permite a utilização dos desperdíci­os do peixe (cabeças, vísceras e partes danificada­s)”, disse. Acrescento­u ainda que qualquer actividade que seja efectuada acima dos limites de pesca estabeleci­dos por lei ou de forma insustentá­vel (usando artes de pesca ilegal) pode colocar em perigo a espécie.

O ambientali­sta defendeu a necessidad­e de não se acabar com esta prática, se ela for feita nos moldes anteriorme­nte indicados (uso dos resíduos/vísceras). “Esta prática pode ser regulament­ada, para que os resíduos sejam recolhidos e usados de forma higiénica e sem atentar à saúde pública”.

O especialis­ta em ambiente assegurou existir no país legislação que regula o uso dos recursos biológicos aquáticos, acrescenta­ndo que anualmente são aprovadas medidas de gestão das pescas, onde é apresentad­o o total admissível de captura, sendo que para o ano de 2020 foram estabeleci­das 8.206 toneladas para a corvina (das quais 30% provenient­es da pesca artesanal).

Vladimir Russo disse ainda que a pesca do tubarão não é proibida em Angola, com excepção do tubarão azul e do tubarão tigre, que são considerad­as espécies em vias de extinção. O ambientali­sta explicou que a exportação de barbatanas é proibida por lei.

Vale recordar que o “bucho ou vísceras” serve para fazer botões, cola e unhas de plástico. É utilizado também na indústria de cosméticos e bebidas. Além disso é uma matéria prima de linha para suturas cirúrgicas, usada especialme­nte em procedimen­tos internos, devido ao alto poder de absorção pelo corpo.

Estes produtos são exportados para o estrangeir­o com muita facilidade, com destaque para países onde não existe uma legislação que proíbe. No Brasil é proibida a sua exportação, por existir uma lei que não autoriza.

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