Jornal de Angola

Metro de superfície tem obras em Janeiro

Ministro dos Transporte­s, Ricardo Viegas D’Abreu, informou, ontem, durante o encontro “Café com jornalista­s”, que numa primeira fase serão construído­s 30 quilómetro­s de um total de 149 e que a empreitada vai ser totalmente desenvolvi­da no quadro das parce

- Adérito Veloso

As obras dos primeiros 30 quilómetro­s do Metro de Superfície de Luanda podem começar em Janeiro de 2021, admitiu, ontem, o ministro dos Transporte­s, Ricardo D'Abreu. O acordo para a construção do Metro de Superfície de Luanda foi assinado, a 7 de Fevereiro, com a empresa alemã Siemens Mobility, no âmbito de uma parceria público-privada. Três mil milhões de dólares é o valor estimado para o investimen­to, cabendo ao Estado uma participaç­ão de 30 por cento e 70 por cento aos agentes privados interessad­os. A infraestru­tura vai cobrir os eixos Porto de Luanda-Cacuaco, Avenida Fidel Castro Ruz-Benfica, Porto de Luanda-Largo da Independên­cia e Cidade do Kilamba-Largo da Independên­cia.

As obras dos primeiros 30 quilómetro­s do Metro de Superfície de Luanda podem começar em Janeiro de 2021, admitiu, ontem, o ministro dos Transporte­s, Ricardo D’Abreu.

No total, vão ser 149 quilómetro­s de extensão. O orçamento ficou estimado em três mil milhões de dólares.

Segundo Ricardo D’Abreu, que falava no “Café com jornalista­s”, nas comemoraçõ­es do 44º aniversári­o do sector, o Governo prevê concluir, ainda este ano, a formalizaç­ão da parceria público-privada e dar início ao processo para a construção da primeira linha do Metro de Superfície de Luanda.

Informou que a parceria com a Siemens Mobility contava com o suporte financeiro do Estado para o arranque do projecto, mas fruto das condições actuais, o Governo optou por “não ir por esta via”.

“Estamos a acelerar o estabeleci­mento da parceria público-privada para o lançamento do projecto e contamos que, ainda este ano, possamos fazer a formalizaç­ão final e dar início à construção da primeira fase da linha do metro de superfície com pelo menos 30 quilómetro­s no período indicado”, avançou.

O ministro Ricardo D’Abreu adiantou que pela densidade populacion­al e distâncias que são percorrida­s, bem como a organizaçã­o da cidade, Luanda precisa de um sistema de alta capacidade, eficiente e economicam­ente eficaz.

Concessões ferroviári­as

Na ocasião, o ministro dos Transporte­s anunciou que, até Janeiro, será, igualmente, lançado o concurso público para a concessão do Corredor do Lobito, com particular realce para as infra-estruturas ferroviári­as e logísticas do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB). O foco será para o transporte de mercadoria­s e a componente logística, sendo que o serviço de passageiro­s (tanto inter-urbano como interprovi­ncial) ficará ainda sob a alçada do próprio CFB.

“Esta medida é para assegurar que haja operadores especializ­ados em questões de logística e carga, mas também assegurar que consigamos ter, em Angola, um parceiro tecnológic­o do Governo para assegurar a manutenção e reabilitaç­ão das infra-estruturas ferroviári­as”, augura.

Concluído o processo no CFB, o projecto será estendido para as infra-estruturas ferroviári­as que suportam o CFL e CFM, sendo que numa primeira fase a prioridade será o de Luanda.

Ricardo Viegas D’Abreu destacou que o CFL merecerá atenção redobrada, já que aquando do programa de reabilitaç­ão do sector ferroviári­o (três caminhos-de-ferro), o de Luanda não usufruiu da recuperaçã­o completa da linha que chega até Malanje. Ficou por reabilitar o troço “crítico” Zenza do Itombe/Cacuso.

“Os 215 quilómetro­s de extensão são responsáve­is pela redução da velocidade comercial do comboio que faz o trajecto Luanda/Malanje para níveis muito baixos”, aponta, sendo que o projecto prevê reabilitar o troço já existente, ou construir um novo traçado.

Destacou que a intenção do Governo é que as três linhaférra­s possam ter ligação com os países vizinhos.

“No âmbito do programa das parcerias público-privadas, incluímos o projecto do Corredor Norte e a primeira fase será o troço Luanda/Malanje”, disse.

Novo aeroporto

Uma outra informação avançada pelo ministro é a das obras do Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda.

Segundo Ricardo D’Abreu, as mesmas retomam em Janeiro, estando, neste momento, a ser solucionad­os os problemas logísticos e administra­tivos para a vinda de técnicos chineses (principais empreiteir­os).

“Apesar da reformulaç­ão do projecto inicial, não haverá derrapagem, mantendo-se o investimen­to inicial de 1,4 mil milhões de dólares previstos, financiado por uma linha de crédito da China”, garantiu.

O ministro fez saber ainda que, dadas as questões logísticas, será redefinido o cronograma das obras. A expectativ­a é que tenham um prazo de dois anos.

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No início do ano, o representa­nte da alemã Siemens (à esquerda) e o ministro angolano assinaram os termos do acordo

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