Empresas nacionais aproveitam apenas 10 por cento de 40 mil milhões de dólares
As empresas angolanas do sector petrolífero apenas aproveitam cerca de 10 por cento do potencial estimado em 40 mil milhões de dólares que a indústria nacional movimenta anualmente.
De acordo com o fundador e director da PetroAngola, Patrício Quingongo, a recente Lei sobre o Conteúdo Local protege as prestadoras de serviços, mas ao mesmo tempo aumenta os desafios às referidas empresas, pois que a indústria petrolífera é de capital intensivo e bastante exigente com a qualidade e rigor do que é ofertado ao sector.
Disse que a aprovação do decreto 271/20 abriu novas oportunidades ao empresariado, a fim deste participar, activamente, no sector, e que por falta de capacidade interna, 90 por cento do valor gerado é exportado em forma de lucro das companhias e compra de serviços.
Na abertura da conferência internacional, o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Alexandre Barroso, destacou que o Executivo aprovou, recentemente, um novo diploma sobre o Conteúdo Local, no qual congrega vários aspectos legais, anteriormente disseminados em vários regulamentos.
Esta realidade, segundo disse, dificultava a aplicabilidade e o cumprimento das leis por parte das empresas.
Conforme o governante, o diploma confere a obrigatoriedade de todos os intervenientes do sector promoverem o Conteúdo Local, além de garantir e proteger a participação de profissionais e empresas nacionais na indústria petrolífera, através da observação dos padrões de qualidade e competitividade, universalmente reconhecidos e ajustados à realidade local.
Nesse sentido, José Alexandre Barroso apelou ainda para a união de esforços no sentido de se enfrentar os desafios que visam tornar efectiva a implementação do Conteúdo Local no país.
Sobre o desempenho recente da indústria, cálculos da PetroAngola revelaram que, no período 2017 a 2019, houve uma perda de cerca de 15 milhões de dólares/dia em receitas.