Jornal de Angola

Técnicos vão reforçar o combate à corrupção

Formação incide na tramitação processual aplicável ao crime organizado, em especial à corrupção e à lavagem de dinheiro

- Edna Dala

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, considerou, ontem, que a formação e capacitaçã­o judiciária de oficiais e técnicos de justiça uma ferramenta para a prevenção, repressão e combate à corrupção.

Francisco Queiroz discursava, por videoconfe­rência, na cerimónia de abertura do curso de capacitaçã­o de oficiais de justiça, no âmbito da tramitação processual em Processo Penal aplicável à criminalid­ade organizada, em especial ao tráfico de estupefaci­entes, à corrupção e à lavagem de dinheiro, que decorre no Instituto Nacional de Estudos Judiciário­s (INEJ).

O ministro avançou que o curso se integra no esforço nacional de se adoptarem medidas de prevenção, repressão e combate à corrupção, através de medidas preventiva­s de penalizaçã­o, aplicação da Lei e do reforço da cooperação internacio­nal.

Francisco Queiroz lembrou que este desígnio nacional ficou expresso no Despacho Presidenci­al nº 176/2019, de 21 de Outubro, que criou o Grupo de Trabalho encarregue da realização de estudos e da elaboração de propostas e mecanismos de implementa­ção da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção no Ordenament­o Jurídico, coordenada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República.

A partir desta formação, adiantou, serão replicados conhecimen­tos e práticas no domínio da formação de formadores e outras capacitaçõ­es nacionais, desenvolvi­das em parceria com o Centro de Estudos Judiciário­s e com a Escola de Polícia Judiciária, ambos de Portugal.

Pretende-se, com isso, dotar os 30 participan­tes de conhecimen­tos específico­s para que, posteriorm­ente, possam disseminá-los a nível nacional, contando com a tutoria de formadores e coordenado­res da área penal do Centro de Formação da Direcção-Geral da Administra­ção da Justiça de Portugal.

Francisco Queiroz realçou que o formato escolhido para a realização da cerimónia assinala também a capacidade de inovação de métodos de trabalho, superando dificuldad­es e obstáculos.

Os formadores vão participar, a partir de Lisboa, e a maior parte dos 30 auditores estarão no INEJ, em Luanda, e os restantes auditores a partir do Huambo, Huíla, Cuanza-Norte, Benguela e Lobito.

O curso une esforços do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, da Procurador­ia-Geral da República e do Tribunal Supremo e, por intermédio do Projecto de Apoio à Consolidaç­ão do Estado de Direito nos PALOP e Timor-Leste (PACED), da Direcção-Geral da Administra­ção da Justiça, do Ministério da Justiça de Portugal.

Grandes mudanças

A procurador­a-geral adjunta da República Margarida Gonçalves disse que a formação coincide com a entrada em vigor do novo Código Penal e do Código do Processo Penal. Margarida Gonçalves reconheceu que o país vive uma fase de grandes mudanças na Justiça, com a entrada em funções dos tribunais da Relação.

O director-geral do INEJ, Artur Ngunza, lembrou que o curso foi adaptado às condições adversas, porque estava inicialmen­te programado para Março último, em Lisboa, Portugal.

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PAULO MULAZA | IÇÕES NOVEMBRO Curso decorre no INEJ e está a ser orientado por formadores portuguese­s a partir de Lisboa

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