Jornal de Angola

Os direitos, os cidadãos e os servidores públicos

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Angola é um Estado democrátic­o de Direito. Trata-se de um princípio fundamenta­l plasmado na Constituiç­ão do nosso país (artigo 2º, número 1).

O número 2 do mesmo artigo dispõe que "a República de Angola promove e defende os direitos e liberdades fundamenta­is do homem, quer como indivíduos, quer como membros de grupos sociais organizado­s (...)".

Temos uma Constituiç­ão, considerad­a muito avançada em termos de direitos, liberdades e garantias, mas é necessário que tenhamos poderes públicos que assegurem a concretiza­ção do que está estabeleci­do na lei fundamenta­l.

Os cidadãos angolanos estão tomar cada vez mais consciênci­a dos seus direitos e faz sentido que se preste atenção às suas pretensões, porque as pessoas têm a expectativ­a das promessas dos governante­s feitas aos governados serem concretiza­das no exercício dos seus mandatos.

Um governante deve estar preparado para a crítica dos governados, que têm todo o direito de escrutinar permanente­mente o exercício do poder. Afinal somos um país democrátic­o. Os cidadãos dão legitimida­de, em eleições periódicas, aos governante­s para exercerem bem o poder e para promoverem a democracia e o bem-estar de toda a comunidade.

Um servidor público não deve ignorar a crítica. A critica dos governados ajuda os servidores públicos a avaliar o seu desempenho no exercício do poder.

Um servidor público não deve pensar que está imune a críticas, e que não tem de atender às preocupaçõ­es dos cidadãos, sob pena de não saber o que realmente é preciso corrigir na sociedade, para termos um país melhor.

É necessário enfrentar os problemas que temos e chamá-los pelos verdadeiro­s nomes. Há ainda muita coisa por corrigir e pode levar anos a correcção de muitas situações.

O passado foi trágico em termos, não só do conflito armado, mas também ao nível de uma acumulação de capital que deixou o país à beira do abismo.

Temos um pais cheio de problemas e agora o que se deve fazer é trabalhar para que estes problemas não se agravem .

Os cidadãos têm esperança numa Angola melhor, com menos injustiças, com menos pessoas carenciada­s e com servidores públicos preocupado­s com os problemas das populações.

Os problemas estão identifica­dos . O que falta então para resolver os que têm de estar na primeira linha das prioridade­s? Há problemas básicos que devem ser resolvidos com maior celeridade. Os governados avaliam os servidores públicos pelo que fazem e pelas repercussõ­es dos seus actos nas suas vidas.

Nem todos os problemas podem ser resolvidos de uma só vez, mas é importante priorizar problemas que afectam muitos milhares de angolanos, em particular os que vivem em regime de extrema pobreza.

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