Vacinação em grande escala é possível mesmo em cenários de conflito
A OMS tem experiência de planos de vacinação em grande escala
A vacinação contra a Covid19 vai ser possível mesmo em cenários de conflito e de crise humanitária, garantiu Christopher Maher, assessor do director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) e antigo responsável pela erradicação da poliomielite.
Maher disse que a OMS tem experiência de planos de vacinação em grande escala, mesmo em países afectados por conflitos, como Síria, Somália e Afeganistão.
"Estou relativamente confiante que os cenários de crise humanitária não representam um obstáculo intransponível para introduzir vacinas eficazes contra a Covid-19", disse.
Maher, que trabalhou 25 anos para a OMS em programas de vacinação contra a poliomielite em várias partes do mundo, incluindo como responsável na Região Mediterrânica Oriental, disse que "envolver comunidades é crítico" e que, em muitas situações, é necessário garantir "no mínimo, a neutralidade de autoridades locais".
"Existe sempre um risco" de os líderes locais tentarem "instrumentalizar" politicamente a distribuição das vacinas, admitiu, mas está convencido de que a OMS vai ser capaz de intervir na maioria dos países.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,3 milhões de mortos no mundo desde Dezembro do ano passado.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) saudou segunda-feira os mais recentes resultados dos ensaios clínicos das vacinas contra a Covid-19 em desenvolvimento, mas salientou que as vacinas terão que chegar a milhares de milhões de pessoas. Na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia, o director-geral daquela agência das Nações Unidas, Tedros
Ghebreyesus, afirmou que os resultados de pelo menos três vacinas já anunciados permitem ter "esperança real de que as vacinas, em conjunto com outras medidas de saúde pública comprovadas, ajudarão a acabar com esta pandemia".
A mais recente vacina cujos ensaios clínicos foram divulgados gunda-feira, a do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford, mostrou ter uma taxa média de eficácia de 70%, enquanto as da Pfizer/BioNTech e da Moderna apresentam, segundo os resultados preliminares, taxas de eficácia na casa dos 90%.
Porém, tem a vantagem logística de poder ser armazenada entre 2 e 8 graus centígrados, enquanto as da Pfizer/BioNTech e da Moderna exigem armazenamento a temperaturas extremamente baixas, inferiores a 70 graus negativos.