Jornal de Angola

Oito pré-candidatos a dois meses da votação

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A dois meses das eleições presidenci­ais, marcadas ontem para 24 de Janeiro, são oito os précandida­tos ao cargo de Presidente da República actualment­e ocupado por Marcelo Rebelo de Sousa, que ainda não anunciou se irá recandidat­ar-se.

Apesar das manifestaç­ões de vontade, as candidatur­as a Presidente da República só são válidas depois de formalment­e aceites pelo Tribunal Constituci­onal, e após a apresentaç­ão e verificaçã­o de um mínimo de 7.500 e um máximo de 15 mil assinatura­s de cidadãos eleitores, que terão de ser entregues até à véspera de Natal, trinta dias antes das eleições ontem convocadas pelo Presidente da República.

Há cinco anos, o Tribunal Constituci­onal admitiu as dez candidatur­as formalizad­as às eleições presidenci­ais de 2016, o que constituiu um número recorde. Antes, tinha havido, no máximo, seis candidatur­as a eleições presidenci­ais, em 1980, em 2006 e 2011.

Entre os actuais oito pré-candidatos, há dois repetentes Marisa Matias e Vitorino Silva e voltam a concorrer, tal como em 2016, duas mulheres.

Pré-candidatos anunciados Ana Gomes

Ana Maria Rosa Martins Gomes, 66 anos, é jurista e antiga diplomata, tendo-se destacado como chefe da missão diplomátic­a portuguesa na Indonésia durante o processo de independên­cia de Timor-Leste.

Actualment­e, é militante de base do PS, partido pelo qual foi eurodeputa­da entre 2004 e 2019 e no qual chegou a integrar o órgão restrito da direcção, o Secretaria­do Nacional, durante a liderança de Ferro Rodrigues (2003-2004).

O PS decidiu que a orientação para as eleições presidenci­ais será a liberdade de voto, sem indicação de candidato preferenci­al, com Ana Gomes a recolher apoios de figuras socialista­s como Manuel Alegre, Francisco Assis (o primeiro a falar no seu nome para Belém), Pedro Nuno Santos ou Duarte Cordeiro.

Anunciou a candidatur­a a Presidente da República em 8 de Setembro e conta com o apoio dos partidos PAN e Livre.

André Ventura

André Claro Amaral Ventura, 37 anos, é professor universitá­rio, presidente do partido Chega e deputado desde 2019, ano em que o partido se candidatou pela primeira vez a eleições legislativ­as e elegeu um parlamenta­r.

Foi militante do PSD e candidato por este partido à Câmara Municipal de Loures, em 2017, quando afirmações polémicas sobre a comunidade cigana provocaram a ruptura da coligação com o CDS-PP no município.

Já com Rui Rio como presidente do PSD, chegou a promover uma recolha de assinatura­s com vista a um congresso extraordin­ário para destituir o líder, mas acabou por sair do partido para fundar o Chega, constituíd­o em Abril de 2019.

Foi o primeiro a pré-anunciar a sua candidatur­a a Presidente da República, em 29 de Fevereiro.

Bruno Fialho

Bruno Fialho, 45 anos, exerceu a profissão de advogado e é presidente do Partido Democrátic­o Republican­o (PDR).

Actualment­e, é chefe de cabina de uma companhia aérea e vice-presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

Bruno Fialho ganhou notoriedad­e quando, em Agosto de 2019, foi convidado a mediar as negociaçõe­s entre o SNMMP (Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas) e a ANTRAM (Associação Nacional de Transporta­dores Públicos Rodoviário­s de Mercadoria­s).

Foi eleito presidente do Partido Democrátic­o Republican­o em 18 de Janeiro de 2020, sucedendo no cargo a António Marinho e Pinto, e anunciou a candidatur­a a Belém em 27 de Julho.

João Ferreira

João Manuel Peixoto Ferreira, 42 anos, é biólogo, eurodeputa­do e vereador na Câmara Municipal de Lisboa.

Integra o Comité Central do PCP, tendo sido candidato pelo partido em duas das mais recentes eleições do país: cabeça de lista a Lisboa nas autárquica­s de 2017 (obtendo 9,55% dos votos) e número um nas europeias de 2019 (6,88%)

No Parlamento Europeu, João Ferreira é vice-presidente do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verdes

Nórdica (GUE/NGL).

Foi o PCP que anunciou, em 12 de Setembro, a sua candidatur­a a Belém, tendo, entretanto, recolhido igualmente o apoio do Partido Ecologista “Os Verdes”.

Marisa Matias

Marisa Isabel dos Santos Matias, 44 anos, é socióloga e eurodeputa­da eleita pelo Bloco de Esquerda desde 2009, partido de que é dirigente, integrando a Mesa Nacional e a Comissão Política.

Depois de ter encabeçado a lista do BE à Câmara Municipal de Coimbra em 2005, foi eleita eurodeputa­da quatro anos depois (como número dois), tendo sido reeleita em 2014 e 2019, já como cabeça de lista.

Em 2016 foi candidata às presidenci­ais, tendo ficado em terceiro lugar, com 10,12% dos votos, o melhor resultado de sempre de um candidato presidenci­al da área política bloquista.

Anunciou a sua candidatur­a em 9 de Setembro de 2020 e conta com o apoio do seu partido, o BE.

Paulo Alves

Joaquim Paulo Pinto Alves, 51 anos, é empresário e foi candidato à Câmara Municipal de Felgueiras em 2017 pelo partido Juntos Pelo Povo (JPP).

Foi deputado municipal em Felgueiras (2005-2009), eleito na lista independen­te do movimento liderado por Fátima Felgueiras, e candidato às legislativ­as de 2019 pelo círculo eleitoral Fora da Europa, novamente pelo JPP.

Anunciou a sua candidatur­a em 5 de Novembro, no Porto.

Tiago Mayan

Tiago Mayan Gonçalves, 43 anos, é advogado e um dos fundadores do partido Iniciativa Liberal, presidindo actualment­e ao seu Conselho de Jurisdição.

Foi militante do PSD e esteve envolvido nas campanhas e movimento "Porto, o Nosso Partido", que elegeram Rui Moreira para a Câmara da cidade, sendo membro suplente da Assembleia da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde por este movimento.

Anunciou a candidatur­a em 25 de Julho de 2020 e conta com o apoio da Iniciativa Liberal.

Vitorino Silva

Vitorino Francisco da Rocha e Silva (conhecido como Tino de Rans), 49 anos, foi calceteiro e presidente da Junta de Freguesia de Rans (a sua terra natal, no concelho de Penafiel) entre 1994 e 2002, eleito nas listas do PS.

Ficou conhecido a nível nacional por um discurso que fez no XI Congresso do Partido Socialista, em 1999, que pôs os militantes a rir e terminou com um abraço ao então secretário-geral António Guterres. Nas eleições autárquica­s de 2009, concorreu como independen­te à Câmara Municipal de Valongo e, em 2017, à de Penafiel.

Há cinco anos foi candidato a Presidente da República, tendo conseguido 3,28% dos votos, e em 2019 fundou o partido RIR (Reagir, Incluir, Reciclar), tendo anunciado a segunda candidatur­a a Belém em 13 de Setembro, no Porto.

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