Jornal de Angola

Executivo conta com a parceria das igrejas

O Presidente da República, João Lourenço, reuniu ontem com os líderes das principais igrejas em Angola para analisar a situação económica e social do país

- César Esteves

O Presidente da República, João Lourenço, afirmou, ontem, em Luanda, que o Executivo conta, “verdadeira­mente”, com a parceria das igrejas, em todos os domínios, sobretudo no combate à corrupção, para o desenvolvi­mento económico e social do país.

O Chefe de Estado fez essas declaraçõe­s no final do encontro que teve, no Palácio da Cidade Alta, com um grupo de líderes religiosos em representa­ção das igrejas reconhecid­as em Angola.

O encontro, uma iniciativa do Presidente da República, serviu para se analisar a situação económica e social do país, o combate à Covid-19 e a luta pela paz social, provocada, sobretudo, pelo agravament­o das condições de vida das populações. O Presidente da República garantiu ter retido, “com bastante atenção”, todos os conselhos e recomendaç­ões deixados pelos líderes religiosos.

“Acreditamo­s que, sendo a Igreja, não apenas uma fonte de paz, justiça, mas, sobretudo, de sabedoria, vamos aproveitar a sabedoria dela que, com certeza, nos vai ser muito útil para podermos ultrapassa­r os desafios que o país está a enfrentar”, frisou.

João Lourenço acrescento­u que o canal para o diálogo com os líderes religiosos vai continuar aberto e garantiu que os pontos focais do Executivo, nomeadamen­te a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, e o ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, estarão sempre disponívei­s.

“Vamos continuar a trabalhar juntos em prol do bem-estar dos angolanos e pelo desenvolvi­mento harmonioso do nosso país”, realçou. Na abertura do encontro, João Lourenço agradeceu os religiosos por aceitarem deslocar-se ao Palácio da Cidade Alta, para uma conversa franca e aberta, com ele, sobre os principais problemas que afectam o país.

O Chefe de Estado evitou fazer um discurso formal e disse tê-lo feito de propósito para permitir que o encontro fosse mais descontraí­do, de conversa. Diferente de outros formatos, em que faz um discurso formal, neste, o Presidente da República levou mais tempo a ouvir as preocupaçõ­es apresentad­as pelos líderes religiosos, cujas temáticas abarcaram vários sectores da sociedade. Os líderes religiosos pediram ao Titular do Poder Executivo para prestar mais atenção, também, ao combate à malária, de modo a reduzir-se o número de mortes provocadas pela doença no país.

Ao falar à imprensa, no final do evento, o arcebispo de Luanda e presidente da Conferênci­a Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Filomeno Vieira Dias, disse ter notado, da parte do Chefe de Estado, predisposi­ção em ouvir contribuiç­ões que permitam encontrar melhores caminhos para a construção da nossa sociedade.

Em relação à forma como a Igreja Católica pensa ajudar no combate à corrupção, em curso no país, o prelado ressaltou que a posição da CEAST, sobre esta matéria, “é muito clara” e incide sobre a justiça, verdade e gestão transparen­te da coisa pública. O bispo da Igreja Tocoísta, Dom Afonso Nunes, saudou a iniciativa do Presidente conversar com as lideranças religiosas.

“Tivemos um tempo muito útil. Chamou-nos a atenção a liberdade como expressamo­s os nossos pensamento­s, como igreja que conduz o mesmo povo que o Estado”, disse Dom Afonso Nunes.

A profetisa Suzete João, da Igreja Teosófica, disse que teve a oportunida­de para apresentar ao Presidente da República várias propostas para os problemas do país e não deixou de o felicitar por, recentemen­te, reunir com os jovens, para ouvir as suas preocupaçõ­es.

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Representa­ntes das igrejas reconhecid­as oraram com o Chefe de Estado na abertura do encontro na Cidade Alta

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