Combates ameaçam desestabilizar a região
A combates entre as forças federais etíopes e as forças regionais de Tigray, iniciados no passado dia 4 de Novembro, ameaçam desestabilizar a Etiópia, um país-chave na região estratégica do Corno de África, e alastrar aos países vizinhos.
Hospitais e centros de saúde em Tigray estão a funcionar com medicamentos e outros mantimentos “perigosamente abaixo” das necessidades para cuidar dos feridos, segundo o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), no domingo. Os alimentos também estão a escassear, em resultado da região estar isolada da ajuda externa, desde há quase um mês.
Num raro relatório a partir de Mekele, o CICV revelou ainda que o maior hospital na região no Norte da Etiópia, o Ayder Referral Hospital, tem falta de sacos para corpos e que cerca de 80 por cento dos pacientes têm ferimentos por trauma.
Os receios de um desastre humanitário generalizado crescem à medida que se somam os dias sem que as Nações Unidas e as organizações de ajuda humanitária sejam autorizadas a aceder à região de Tigray.
Grupos de direitos humanos e outros têm manifestado preocupações com as atrocidades que possam vir a ser conhecidas uma vez restabelecidas as comunicações e as ligações de transporte de e para a região.
Cerca de um milhão de pessoas foram deslocadas pela guerra, incluindo mais de 44 mil, que fugiram para o Sudão. Acampamentos de deslocados na região de Tigray, onde vivem 96 mil refugiados eritreus, têm estado na linha de fogo.