Circuito de Teatro cumpre com a função pedagógica
A 5ª edição do Circuito Internacional de Teatro (CIT), que este ano, teve apenas a realização de lives, devido à pandemia da Covid-19, nas plataformas digitais do festival, dos parceiros e transmissão na TPA, cumpriu com as funções pedagógicas para a formação do “Homem Novo”, de acordo com o secretário permanente da Comissão Nacional de Angola para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência, Cultura, Comunicação e Informação (UNESCO).
Ao discursar, no último sábado, no Memorial Dr. António Agostinho Neto, no encerramento da 5ª edição do CIT, que durante um mês decorreu no palco da Liga Africana, Alexandre Costa disse que a decisão de serem parceiros do festival é porque o mesmo ao longo das cinco edições tem conseguido cumprir a missão de ajudar a transformar a sociedade, aproximar os povos e promover a paz, associando-se aos ideais da UNESCO.
O responsável explicou que o festival tem promovido a cultura da paz, criando acessibilidade de maior intercâmbio cultural, étnicos e linguísticos, bem como a dinamização do associativismo artístico-cultural, na maximização das manifestações culturais e artísticas, através da formação promovendo a diversidade de lazer na sociedade.
A UNESCO, recordou, está na vanguarda das iniciativas nacionais e internacionais que salvaguardem o Património Material e Imaterial, na promoção do diálogo intelectual, diversidade cultural e a coesão social.
Por sua vez, o director do CIT, Adérito Rodrigues “BI”, agradeceu a todos os patrocinadores por acreditarem no projecto, apesar de o país e o mundo estarem a viver momentos difíceis com a pandemia da Covid-19.
Nesta edição, considerada “especial” pelo contexto actual, Adérito Rodrigues disse terem participado 13 grupos, no qual estiveram envolvidos 130 artistas e a realização de dois ciclos de debates diários de observação de um espectáculo e respectivo texto, tendo participados nos mesmos 17 artistas, acção formativa coordenada pelo encenador e dramaturgo Francisco Makiesse.
Os distinguidos
No sábado, o CIT, que este ano decorreu sob o lema “Angola 45 anos com o Teatro na Promoção da Cultura da Paz”, baixou as cortinas, com um balanço positivo de acordo com alguns dos intervenientes distinguidos durante a gala de encerramento do festival.
O Prémio Carreira CIT, deste ano, foi atribuído ao encenador e actor, Adelino Caracol, director artístico do Horizonte Njinga Mbande. O prémio de “Artista CIT” foi atribuído ao actor Manuel Teixeira, do grupo Julu, enquanto as distinções de “Dirigente CIT” e “Partilha nas Redes Sociais CIT” foram atribuídas ao responsável do grupo Etu-Ngo, Luciana Rebeca dos Santos. O prémio de “Figurino CIT” ficou com o grupo Feloma Mussanzala, o de “Artista Revelação” com Josefina Lengo, do grupo Ndokweno Artes, o de “Actor CIT” com Francisco António, do grupo Catarcis, o de “Actriz CIT” ficou com Evanilde Ferreira, do Ndokweno Artes.
O prémio “Fragata de Morais” foi para o grupo Ndokweno Artes que recebeu 75.000 kwanzas. O segundo classificado foi o grupo Catarcis que arrebatou 50.000 kwanzas. O prémio “Grupo CIT 2020”, no valor de 100.000 kwanzas, e o “Prémio Catoca”, de 1.100.000 kwanzas, foram atribuídos ao grupo de teatro Kamb’Artes.
Reconhecimento
Para o encenador e director artístico do grupo Kamb’Artes, Milton Oliveira, os prémios conquistados representam um grande ganho para o colectivo e para o Rangel. “Sentimo-nos bastante lisonjeados com os prémios. É importante referenciar que este festival aconteceu num momento difícil, devido à pandemia da Covid-19, o que nos obrigou a sermos criativos na montagem dos espectáculos”.
Para o responsável do Grupo Ndokweno Artes, Pinto Nsimba, o prémio recebido por este colectivo é o reconhecimento da qualidade, dedicação e engajamento de todos os actores”.
O prémio, disse, é o reconhecimento de vários anos de trabalho na promoção das artes cénicas, em particular do teatro. “Esperamos que as entidades distritais e municipais possam apoiar iniciativas do género na promoção do teatro, sobretudo no Kilamba Kiaxi”.
Para o director-adjunto do grupo Catarcis Teatro, Gusmão Soeiro, os prémios representam o grande reconhecimento do trabalho desenvolvido em prol do teatro com os jovens do bairro Calemba 2, desde Julho de 2011, com o propósito de tirar a juventude da delinquência.
Acrescentou que o grupo Catarcis Teatro é composto por 150 jovens, dividido em dois núcleos: o de adultos e o infanto-juvenil. Os mesmos exploram nas peças factos baseados no quotidiano de Angola. Embora ter sido “apanhada” de surpresa, a directora artística do grupo Etu-Ngo, Luciana Rebeca dos Santos, disse que as distinções “Dirigente CIT” e “Partilha nas Redes Sociais CIT” é prova evidente de que as mulheres começam a destacar-se em áreas dominadas pelos homens. “Este prémio é um incentivo extra para a minha carreira. Foi gratificante ser reconhecida pelo trabalho que tenho estado a desempenhar no meu grupo.”