Detido ex-administrador por suposto peculato
O ex-administrador municipal dos Dembos, Mateus Diogo Manuel, encontra-se, desde terça-feira, detido no estabelecimento prisional do Caboxa, na província do Bengo, por existirem fortes indícios de ter praticado os crimes de peculato.
De acordo com um comunicado da ProcuradoriaGeral da República (PGR), o Ministério Público, após ouvir o arguido, na fase de instrução preparatória, e, em função das respostas, entendeu existirem fortes indícios de prática dos crimes de peculato, tendo sido decretada a medida de coação pessoal de prisão preventiva.
Em Setembro deste ano, o ex-administrador municipal dos Dembos foi condenado pelo Tribunal de Comarca do Dande a dois anos de prisão, suspensa por três anos, e pagamento de 800 mil kwanzas de taxa de justiça, pelo crime de peculato.
Processos sobre peculato
O Ministério Público, na província do Bengo, trabalhou, em 2020, em 36 processos de peculato, tendo alguns gestores envolvidos sido condenados. Está em curso um processo-crime contra o colectivo de júri e alguns candidatos que participaram, em 2019, no concurso público no sector da Educação, anulado por irregularidades.
Correm, igualmente, trâmites de um outro processocrime relativo à gestão de meios para o combate à Covid19, em que é co-arguida a directora da Saúde, Victória Cambuanda, que se encontra suspensa das actividades.
Em julgamento está, também, João Paulo, que exerceu o cargo de director do Gabinete do ex-governador do Bengo, João Miranda, acusado de corrupção activa e passiva, bem como recebimento indevido de vantagens.
Arrolados no mesmo processo estão a ex-directora do jabinete jurídico do governo do Bengo, Maria Francisco, e o ex-director do gabinete de urbanismo e habitação, Félix Simão, pelo recebimento de 150 milhões kwanzas da empresa AS para a facilitação do título de direito de superfície de 150 hectares, na localidade do Musseque Trindade, município do Dande.
Está, também, detida, desde Outubro, a ex-administradora do Ambriz, Joana Pinto, acusada de desvio de fundos no período de 2015 a 2018.