Malária faz seis vítimas mortais
Mais de cinco mil casos de malária, seis dos quais resultaram em óbito, foram diagnosticados no município do Bocóio, província de Benguela, em Novembro último, informou ao Jornal de Angola o responsável do Programa de Combate à doença.
Moisés Tchissanga garantiu que, neste momento, as autoridades do município trabalham para reduzir o número de casos da malária nas comunidades, mas, admitiu que, para tal, passa também pela sensibilização da população, com a realização de palestras.
“Todos os fins de semana realizamos campanhas de sensibilização, promovendo palestras sobre a forma como se despista da malária. As entidades eclesiásticas e tradicionais têm sido um parceiro válido neste processo de combate e prevenção à doença”, frisou.
O Jornal de Angola soube que nas últimas 24 horas de quinta-feira, a área Pediátrica do hospital do Bocóio registou mais de 50 casos de malária, 18 dos quais foram submetidos a internamento.
Caxadiambo João Baltazar Sugudi, nascido em 1990 no Cazenga, Bairro da Fortuna, filho de pai camponês e mãe zungueira, só começou a estudar quando completou dez anos de idade, devido a dificuldades extremas vividas pela família.
Mas como adquirira conhecimentos em casa, o professor passou logo Caxadiambo João Baltazar Sugudi para a segunda classe, e ele fez os dois anos com êxito.
Em 2003, com 13 anos, persistindo dificuldades financeiras extremas em casa, Caxadiambo João Baltazar Sugudi frequentou a escola General Pedalé na Vila do Gamek, mas teve de procurar ganhar sustento para casa.
Assim, Caxadiambo João Baltazar Sugudi teve como primeiro trabalho da sua vida lavador de carros no Bairro Talatona, no rio Cambamba, vulgo Cantinton, mas nunca deixou de frequentar a escola.
“Sempre que saía da escola lavava carros e assim era a minha rotina diária, mas por causa da delinquência onde lavava carros, senti-me obrigado a abandonar o local e aprendi a profissão de ladrilhador com o meu amigo Garcia Gaspar (Avóx Ferrari).
Depois de quase intransponíveis desafios financeiros que o levavam a situações de fome, terminou o ensino médio e ingressou no Instituto Superior Internacional de Angola (ISIA). Mas teve logo de desistir pois não conseguia satisfazer as exigências das propinas.
Em 2013, Caxadiambo João Baltazar Sugudi conseguiu ingressar na Universidade de Belas, beneficiando de crédito de formação, “em que o estudante durante a formação não paga, fica a dever à Universidade e paga após o final da formação e quando conseguir emprego”.
Durante a formação Caxadiambo João Baltazar Sugudi foi um estudante destacado e por isso foi eleito delegado de turma durante os 4 anos do curso. “Quando ingressei na Universidade mandei fazer uma fotografia com a beca como se já fosse licenciado, não por vaidade mas para olhar todos os dias para aquele objectivo porque sempre acreditei na Lei da Atracção e lia muito o Livro de
Ronda Byerne “The Secret”, confidencia Caxadiambo Sugudi, que acrescenta: “Citava sempre a frase do Rei Salomão “cuidado com o vosso pensamento porque a vida é dirigida pelo vosso pensamento”.
Caxadiambo Sugudi, assoberbado ainda pela sombra da pobreza e das carências extremas, fez um juramento a si próprio, terminar o curso em quatro anos, e cumpriu.
Em 2015, Caxadiambo Sugudi trabalhou como taxista no Nova Vida durante três meses, na altura estava a fazer o 3º ano da universidade, sentiu-se forçado a desistir por causa das exigências do serviço de táxi e pelos insultos que diariamente recebia.
Persistindo nos estudos, Caxadiambo Sugudi perdeu a mãe, seu sustentáculo, em Setembro de 2016, em pleno quarto ano do curso. Em Outubro consegue um emprego na empresa LCF Group no Departamento de Recursos Humanos, como coordenador de Desenvolvimento de Carreiras, mas em 2018, com a crise financeira que assolou o país, sentiu novamente o sabor do desemprego.
Reflectiu muito nesses tempos difíceis e, com o seu amigo Delmiro Domingos, criou um Centro de Formação.
Em Janeiro de 2019, já licenciado em Gestão de
Recursos Humanos, respondeu a uma vaga de emprego como motorista da administradora municipal para a Área Técnica do Cazenga, mas, na entrevista, ao conhecer as valências e a maneira de ser de Caxadiambo Sugudi, a responsável deu-lhe a oportunidade de ser técnico administrativo do seu gabinete, onde trabalha até hoje.
Caxadiambo Sugudi é pós-graduado em agregação pedagógica para docentes universitários, director-geral da empresa Zefima-Prestação de Serviços Lda e do Centro de Formação Profissional Caxadiambo Baltazar, é formador em Gestão de Recursos Humanos e monitor da cadeira de Avaliação de Desempenho na Universidade de Belas.
Caxadiambo Sugudi tem desenvolvido formações grátis em Electricidade de Construção Civil, montagem de antenas parabólicas, curso de fotografia e ciclos de palestras “Domingão Cultural” no Talatona Bairro Militar, onde tem incentivado muitos jovens a absteremse de bebidas alcoólicas, da delinquência e a nunca desistirem dos seus sonhos.
Tem como grande fonte de inspiração a frase: “O verdadeiro sabor da vida encontrase no caminho das dificuldades e a persistência leva-nos ao caminho da felicidade e só vence quem acredita.”