Jornal de Angola

Comboio do CFL volta a Malanje

- Isidoro Natalício/Lucala

O tráfego no Caminho de Ferro de Luanda (CFL) fica restabelec­ido amanhã, depois de uma interrupçã­o de seis dias, devido ao descarrila­mento, sexta-feira, de seis cisternas de combustíve­is na zona de Lucala, garantiu, ontem, o administra­dor da empresa para a Área Técnica, Manuel Lourenço.

O responsáve­l sublinhou que nesta altura desenvolve­m-se trabalhos de reconstruç­ão dos 250 metros de linha afectados, que consistem na retirada de carris, pregações e travessas danificado­s, assim como a remoção do balastro e a instalação de tramos de novas linhas.

Manuel Lourenço anunciou que os avanços registados na empreitada possibilit­aram o carrilamen­to de três cisternas, que estão agora em condições de serem parqueadas na Estação do Lucala, onde já se encontram três outras que saíram intactas do acidente. Por devolver aos carris está outra cisterna, que aguarda pela conclusão da reconstruç­ão da linha.

Tombadas continuam seis cisternas, mas o administra­dor Manuel Lourenço assegurou que começam a ser movimentad­as ainda hoje. Outro trabalho em curso é o reposicion­amento das cisternas que caíram, para facilitar a sucção do combustíve­l.

Manuel Lourenço disse que até ao meio da tarde de ontem já se tinham esvaziado três cisternas. O processo consiste na sucção por um camião do combustíve­l que se encontra na cisterna sinistrada e depois transborda­do para uma outra, vinda de Luanda para este propósito.

“Não obstante um contratemp­o, porque a nossa grua avariou, já estamos a 48 horas a trabalhar e o transbordo corre bem”, disse.

O cenário do local do acidente mudou completame­nte, pelo movimento frenético de homens e máquinas. Camiões plataforma transporta­m tractores, a buldozer desmata e torna a área circulável, a grua remove as cisternas e demais meios férreos e duas locomotiva­s movimentam as cisternas.

Há também dois camiões de transbordo do combustíve­l e meios ligeiros de apoio. Cerca de 150 trabalhado­res de linha provenient­es de Malanje, Ndalatando e Luanda trabalham para o sucesso da operação.

Garcia Domingos, chefe de Secção de Vias, disse que o trabalho decorre com normalidad­e. “Não temos dificuldad­es, todo o material está completo, fazemos o trabalho à medida do que é exigido”, disse visivelmen­te bem-disposto.

A parte final do trabalho será a remoção, para as oficinas centrais em Luanda, das cisternas tombadas. Manuel Lourenço garante que em 45 dias as mesmas estarão novamente prontas para utilização. Apesar de uma das cisternas vazar de forma lenta no sábado, o Jornal de Angola constatou que a zona do descarrila­mento, a poucos metros de um campo de produção agrícola, está sem vestígios de vazamento de gasóleo. “Não existe derrame de grande vulto, é ínfimo, as cisternas continuam praticamen­te intactas”, asse gurou Manuel Lourenço.

O comboio, que descarrilo­u sexta-feira, às 18h00, em Cassequele, 12 quilómetro­s a leste da Estação de Lucala, tinha uma composição de 12 cisternas com 40 mil litros de gasóleo cada, duas locomotiva­s e uma carruagem de transporte do pessoal ferroviári­o de serviço. Tinha como destino a cidade de Malanje e caiu numa ribanceira com cerca de oito metros em relação ao nível dos carris. Seis cisternas tombaram, duas das quais ficaram com as rodas ao ar e as outras quatro ficaram lateralmen­te tombadas.

O delegado do CuanzaNort­e do CFL, Alfredo Gunza, revelou que uma equipa de inquérito trabalha para avaliar as causas do acidente e o valor dos danos. As cisternas sinistrada­s encontrava­m-se no meio da composição e devido à destruição da linha, a locomotiva da frente avançou para a Estação da Quizenga, província de Malanje.A de trás e mais duas cisternas retornaram a Lucala.

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JOSÉ COLA | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANZA-NORTE ?? Cisterna de combustíve­l do CFL tombada na zona de Lucala
NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANZA-NORTE Cisterna de combustíve­l do CFL tombada na zona de Lucala

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