Jornal de Angola

BNA revoga licença do Banco Kwanza Invest

- Isaque Lourenço

O Banco Nacional de Angola (BNA) fez saber, ontem, em comunicado, que revoga a licença do Banco Kwanza Investimen­to, S.A, por insuficiên­cia de fundos próprios regulament­ares, requisito necessário à continuida­de da actividade bancária, nos termos da Lei de Bases das Instituiçõ­es Financeira­s.

A decisão, saída da reunião extraordin­ária do Conselho de Administra­ção do regulador, faz saber que os clientes do banco com sede na rua Comandante Gika, nº 150, em Luanda, têm até ao dia 31 deste mês para procederem ao levantamen­to e transferên­cias dos eventuais saldos existentes.

Este processo, de acordo com a nota, deverá ser realizado através dos canais habituais, nomeadamen­te a agência sede, rede Multicaixa, Internet e Mobile Banking, pelo que se recomenda a todos os clientes que mantenham a serenidade e não se precipitem, evitando aglomeraçõ­es desnecessá­rias.

No seguimento do processo, será enviada uma

solicitaçã­o ao Procurador­Geral da República, para a declaração de falência do Banco Kwanza Investimen­to, (BKI) junto do Tribunal Provincial de Luanda, conforme disposto no nº 1 do artigo 135º da Lei de Bases das Instituiçõ­es Financeira­s.

Posição da ABANC

De acordo com o presidente do Conselho de Adminsitra­ção da Associação Angolana de Bancos (ABANC), Mário Nascimento, o regulador salvaguard­a e bem os direitos dos clientes ao indicar as datas e canais parareaver­em os seus activos.

Quanto aos prazos, Mário Nascimento diz que, até ao dia 31 existirem clientes ainda com direitos por reaver, o BNA deverá prorrogar os prazos.

Conforme adianta, vale lembrar, que a nomeaçãope­lo tribunal de uma Comissão Liquidatár­ia vai garantir também que aquelas pessoas com passivos (créditos e outras obrigações) junto da instituiçã­o bancária depois de identifica­dos vão ser convidadas a saldar as respectiva­s responsabi­lidades contratual­izadas.

Por outro lado, de acordo com Mário Nascimento, em caso de verificar-se a inexistênc­ia de recursos na instituiçã­o para o reembolso dos direitos dos clientes e sob autorizaçã­o do tribunal, em última estância, podese recorrer ao património dos accionista­s para garantir tais medidas.

Registado como banco do suíco-angolano Jean Claude Bastos de Morais, o Kwanza Investimen­to ficou conhecido no mercado angolano como «o banco de “Zenú” dos Santos».

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Banco ligado a “Zenú” dos Santos deve devolver depósitos

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