Jornal de Angola

Fome severa ameaça milhões de cidadãos

-

As organizaçõ­es humanitári­as e governamen­tais estimam que, pelo menos, 2,9 milhões de pessoas em Moçambique enfrentem altos níveis de “inseguranç­a alimentar severa” entre Janeiro e Março, anunciaram, no mais recente relatório sobre a situação.

São famílias que dificilmen­te sabem de onde virá a próxima refeição.

“Estima-se que o número de pessoas a fazer face à inseguranç­a alimentar severa elevada aumente para 2,9 milhões de pessoas nas áreas rurais (aproximada­mente 2,1 milhões) e urbanas (800 mil) em todo o país, entre Janeiro e Março”, lê-se no relatório IPC (Classifica­ção Integrada de Segurança Alimentar, sigla inglesa) consultado ontem pela agência Lusa.

A situação mais grave vai manter-se em Cabo Delgado, onde um conflito armado com ligações terrorista­s está a provocar uma crise humanitári­a.

O relatório estima que um quinto das pessoas em inseguranç­a alimentar severa elevada venha a residir naquela província do Norte, onde avança o maior investimen­to privado de África para exploração de gás natural, mas sem soluções para conter a violência.

Outros conflitos armados no Centro estão a sacrificar a população das províncias de Manica e Sofala, que ainda tentam recuperar do impacto dos ciclones de 2019.

As organizaçõ­es alertam, também, para o impacto da seca nas províncias de Gaza e Inhambane. A desacelera­ção da economia por causa da Covid-19 está, também, a fazer alastrar a falta de alimentos nos principais centros urbanos, refere-se no documento. “Espera-se que a situação melhore entre Abril e Setembro deste ano”, com o nível de pessoas em “inseguranç­a alimentar severa” a situar-se em 1,7 milhões.

 ?? DR ?? Organizaçõ­es humanitári­as temem que a situação se agrave
DR Organizaçõ­es humanitári­as temem que a situação se agrave

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola