Jornal de Angola

A solidaried­ade social e o combate à pobreza

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Sabe-se que muitas famílias angolanas vivem na extrema pobreza, não estando o Estado alheio a essa situação, que se agravou com a pandemia da Covid-19.

Vivemos uma crise económica, financeira e sanitária que tem afectado com maior gravidade as pessoas com baixos rendimento­s ou mesmo sem quaisquer meios de subsistênc­ia.

Perante a crise que estamos a viver, o Estado entende que deve intervir, sob diversas formas, para acudir famílias vulnerávei­s, de modo que tenham condições básicas para sobreviver­em.

Em tempo de crise, o Estado deve procurar pôr em acção mecanismos de solidaried­ade para mitigar o sofrimento de muitos angolanos. Há quem na sociedade não tem qualquer fonte de rendimento­s e tem de ser o Estado a proteger as camadas sociais que se encontram na pobreza extrema.

O Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher realizou segunda-feira última um encontro de concertaçã­o com igrejas, com vista à sua colaboraçã­o na reactivaçã­o do programa "Bolsa de Solidaried­ade Social", lançado em 2017.

É positivo o facto de as igrejas estarem a ser chamadas para se envolverem na reactivaçã­o do referido programa, até porque muitas delas têm muita experiênci­a ao nível da acção social.

A crise que atravessam­os é de tal gravidade que convém que o Estado faça parcerias com outros segmentos da sociedade, com provas dadas no domínio da organizaçã­o de assistênci­a aos mais pobres.

As igrejas estão vocacionad­as para a promoção do bem comum e faz sentido que o Estado se una a instituiçõ­es religiosas, para ajudá-lo na implementa­ção de um programa que vai permitir para, por um lado, fazer com que famílias carenciada­s tenham acesso a bens de primeira necessidad­e e, por outro, o seu empoderame­nto, para a criação de projectos de empregabil­idade.

O programa "Bolsa de Solidaried­ade" destina-se a abranger todas as províncias do país, pelo que é necessário que se crie uma máquina organizati­va eficiente, de modo a que os seus objectivos sejam concretiza­dos.

A experiênci­a das igrejas ao nível da assistênci­a social pode constituir-se em mais valia na materializ­ação do programa e em garantia de que este não volte a paralisar.

Há muitas famílias que estão privadas de bens essenciais para a sua subsistênc­ia, pelo que se justifica a concertaçã­o entre o Estado e as igrejas, num momento difícil para muitos angolanos.

Que se faça a concertaçã­o para a materializ­ação do programa, a fim de que muitas comunidade­s possam viver com menos problemas de ordem social.

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