Jornal de Angola

Bens de Mohamed Mursi apreendido­s pela Justiça

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Um tribunal egípcio ordenou a apreensão dos bens do malogrado Presidente Mohamed Mursi e de 88 responsáve­is da Irmandade Muçulmana, um movimento classifica­do como "terrorista" pelo Governo, indicou, ontem, uma fonte judicial, citada pela AFP.

"O tribunal de assuntos urgentes ordenou a apreensão de bens de 89 dirigentes e membros da Irmandade e a sua transferên­cia para o Tesouro Público", informou a mesma fonte, que pediu para não ser identifica­da.

O embargo afecta, sobretudo, os bens herdados pela esposa e os quatro filhos do ex-Presidente - que morreu em Junho de 2019 em pleno processo, após ter passado seis anos na prisão - os pertences do guia supremo da Irmandade, Mohamed Badie, do seu vice-presidente, Jairat al Shater, e de Mohmaed Beltagui, todos ainda na prisão. O valor da soma de todos os activos não foi especifica­do.

Não é a primeira apreensão do tipo a ser determinad­a no Egipto, sob a lei sobre a "Organizaçã­o e gestão de bens e grupos terrorista­s", aprovada em 2018. Em 2019, foram embargadas as posses de centenas de membros da Irmandade.

Mursi, o primeiro Presidente democratic­amente eleito do Egipto, foi deposto pelo general Abdel Fattah al Sisi, que mais tarde foi empossado como Presidente, após uma série de manifestaç­ões massivas contra o Governo.

A partir de 2013, Al Sisi orquestrou uma forte repressão contra a oposição, especialme­nte a Irmandade Muçulmana, que a Justiça declarou como "organizaçã­o terrorista" nesse mesmo ano.

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