Jornal de Angola

Lubango mais limpa com recolha de resíduos porta a porta

No âmbito do Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM), a Administra­ção Municipal do Lubango aplicou mais de 370 milhões de kwanzas na reabilitaç­ão e ampliação do aterro sanitário do Luyovo

- Arão Martins | Lubango

Com recurso a motorizada­s basculante­s de três rodas, o novo modelo de recolha de resíduos sólidos “porta a porta” tem deixado a cidade do Lubango, capital da província da Huíla, cada vez mais limpa.

Com recurso a motorizada­s basculante­s de três rodas, vulgo “Kaleluia”, o novo modelo de recolha de resíduos sólidos “porta a porta” deixa a cidade do Lubango, capital da província da Huíla, cada vez mais limpa. O projecto abrange os 17 bairros do município sede, incluindo o único bloco habitado da centralida­de da Quilemba.

A nível do Lubango, foram distribuíd­as 98 motorizada­s aos antigos combatente­s e veteranos da pátria, jovens empreended­ores, associados e outros escolhidos pelas comunidade­s dos respectivo­s bairros, com o objectivo de criar novas oportunida­des de emprego. A iniciativa permitiu criar mais de 250 empregos directos.

Obadias Belchas, 17 anos, morador do bairro Comercial, na zona urbana, acorda, às 4h00, para os habituais exercícios físicos. Mas antes de sair de casa recolhe o lixo produzido no dia anterior, e coloca tudo num saco plástico, que deixa junto à porta, para depois ser recolhido pelos transporta­dores de lixo.

O jovem, que antes depositava os resíduos sólidos num contentor, a dois quilómetro­s da sua residência, está satisfeito com o novo modelo de recolha implementa­do pelo Governo Provincial da Huíla, e sobretudo com a dinâmica empreendid­a pelos agora conhecidos como “caçadores” de lixo.

Com o domicílio localizado no bairro A Luta Continua, o professor António João sai de casa muito cedo, para dar aulas numa escola do município da Humpata, a 22 quilómetro­s da cidade do Lubango. Durante o percurso, fazia uma paragem obrigatóri­a para descarrega­r o lixo recolhido da sua residência nos contentore­s, localizado­s ao longo da via.

O contentor mais próximo da residência de Martins Malaquias, de 50 anos, no bairro A Luta Continua, estava fixado a cerca de três quilómetro­s, e por isso não era fácil transporta­r o lixo produzido pelos 15 membros, dos quais oito filhos, que compõem a sua família. Mas agora o lixo é recolhido à porta de casa. Acabou o sofrimento.

Nalamele Malaquias, a esposa de Martins, que também é professora, destacou que o novo modelo de recolha acabou com as discussões sobre quem deve levar o lixo ao contentor, que ficava muito distante de casa.

“Os senhores que recolhem o lixo estão a fazer um grande trabalho. Se por algum motivo não tivermos o portão aberto, eles buzinam, batem no portão ou anunciam a sua chegada em voz alta”, disse, acrescenta­ndo que no acto da entrega dos resíduos sólidos, os trabalhado­res exigem o uso da máscara e pedem que a varredura esteja organizada em sacos plásticos.

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ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO – HUÍLA

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