Famílias ganham identidade
Um total de 435 famílias vulneráveis, que vivem em aldeias recônditas do município da Quiçama, em Luanda, beneficiaram, este ano, pela primeira vez, de documentos pessoais, no quadro do programa gratuito de massificação do registo civil e atribuição do Bilhete de Identidade em curso no país.
Para se inteirar das condições sociais e económicas da comuna do Kixinge, o administrador da Quiçama, António Fiel “Didi”, visitou as localidades de Caxilo, Waleta, Zemba e LongaZemba, que distam mais de 400 quilómetros da vila da Muxima. Ao Jornal de Angola, o administrador disse que a visita lhe permitiu fazer um diagnóstico breve, que se resume na falta de vias de acesso, escolas, centros de saúde, água potável e energia eléctrica.
António Fiel Didi reconheceu o nível de pobreza a que os habitantes estão submetidos, devido à ausência de serviços sociais básicos e bens de primeira necessidade, pelo que prometeu fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar a minimizar o sofrimento das famílias carenciadas, tendo anunciado, para breve, o arranque das obras de construção de uma escola e de um posto de saúde.
“Já temos uma escola no Hacú, onde deixamos algumas quantidades de cimento, chapas e tubos de ferro para a cobertura das salas”, disse o administrador, antes de sublinhar que “a falta de vias de acesso é um dos maiores problemas que a Quiçama enfrenta”.
Fiel Didi afirmou, na ocasião, que os trabalhos de terraplanagem, nas principais vias do município, arrancam no final deste mês, no âmbito dos projectos inseridos no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM). E acrescentou que novos troços rodoviários serão abertos para melhorar a circulação de pessoas e bens na localidade.
“Dispomos de uma brigada de manutenção das vias, mas não basta. Por isso vai ser necessário mobilizar outros intervenientes para, rapidamente, darmos solução à situação de intransitabilidade no município”, referiu.
Lembrou que a Quiçama é um município grande, com 13.500 quilómetros quadrados, e representa 73 por cento da superfície total da província de Luanda. “Por isso não é fácil resolver todos os problemas de uma só vez”, disse.
Quanto à necessidade de construção da ponte sobre o rio Longa, Fiel Didi prometeu analisar o assunto com o Governo Provincial de Luanda e o Ministério das Obras Públicas e Ordenamento do Território, para que haja uma solução imediata. “Esse é um assunto que transcende as competências da administração municipal”, afirmou.
O administrador da Quiçama pediu a colaboração de todos na resolução dos principais problemas que afectam as populações da região, porque, segundo ele, “a administração só é bem exercida com a participação de todos”.
Há dias, a Administração Municipal da Quiçama distribuiu bens diversos às populações mais carenciadas da região.
Com uma extensão de 13.500 mil quilómetros quadrados, o município tem uma população estimada em 61.024 habitantes, maioritariamente camponeses, distribuídos pelas comunas do Mumbondo, Kixinge, Demba - Chio e Cabo Ledo, e pela vila municipal da Muxima.