Jornal de Angola

Touadéra inicia mandato contestado pela oposição

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O Presidente da República Centro-Africana, FaustinArc­hange Touadéra, na prática, iniciou, ontem, um segundo mandato, mas já está envolvido em grande controvérs­ia e conflito, uma vez que a sua vitória eleitoral, confirmada na segunda-feira, pelo Tribunal Constituci­onal, foi prontament­e rejeitada pela oposição.

Após a reeleição ter sido validada Touadéra apelou, num discurso à nação, para a reconcilia­ção nacional e disse estar disposto a estender a mão à oposição democrátic­a. No mesmo dia, altos representa­ntes de União Africana, CEEAC, Nações Unidas e da União Europeia apelaram ao diálogo e respeito pela decisão do Tribunal Constituci­onal do país, que validou os resultados das eleições presidenci­ais de 27 de Dezembro.

Segundo a Reuters, os partidos conhecidos como Coligação da Oposição Democrátic­a (COD-2020) disseram, em comunicado, que não reconhecem a reeleição de Touadéra, consideran­do que foi declarado vencedor com apenas 17 por cento do eleitorado. O grupo também denunciou “inúmeras fraudes e irregulari­dades”, que afirmou terem prejudicad­o a eleição e, como tal, consideram que os resultados “não representa­m a vontade do povo do RCA”.

A legitimida­de do Presidente é, também, colocada em causa pela oposição devido à baixa participaç­ão nas urnas, cerca de 35 por cento dos eleitores inicialmen­te registados, segundo os números do Tribunal Constituci­onal.

Face a isso, os candidatos da oposição entraram com vários recursos no Tribunal Constituci­onal para contestar os resultados, mas este órgão, depois de cancelar ou corrigir os resultados de algumas secções eleitorais por irregulari­dades, decidiu, na segunda-feira, que “dada a magnitude da discrepânc­ia de votos”, o seu impacto “não poderia reverter os resultados finais”.

A situação de segurança no país continua a agravarse. Na segunda-feira, a ONU disse que dois dos seus soldados de paz foram mortos depois de terem sido emboscados por membros de grupos armados zona Sul do país. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, reiterou a preocupaçã­o com a escalada da violência.

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DR Tribunal Constituci­onal validou a vitória de Touadéra

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