Jornal de Angola

“Um novo dia amanhece para a América”

O novo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, começou, ontem, dia da tomada de posse, a "atacar o coração" do legado político de Donald Trump, com a revogação de várias das acções promulgada­s pelo seu antecessor

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O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, disse, ontem, que um “novo dia” amanhece na América, horas antes de ser empossado como sucessor do republican­o Donald Trump.

Na sua conta da rede social Twitter, Biden deixou uma mensagem de esperança.

“É um novo dia na América” , disse, depois de ter assistido a uma cerimónia religiosa, na Igreja de São Mateus, em Washington, acompanhad­o da mulher, Jill, e da Vice-Presidente, Kamala Harris.

Horas depois, já como Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, começou a “atacar o coração” do legado político de Donald Trump , assinando várias acções executivas que revertem as ordens do seu antecessor sobre a imigração, alterações climáticas e gestão da pandemia. Depois da tomada de posse oficial, Joe Biden encerrou a construção do muro entre os Estados Unidos e o México, acabou com a proibição de entrada de cidadãos de alguns países de maioria muçulmana, fez regressar o país ao Acordo do Clima de Paris e à Organizaçã­o Mundial da Saúde e revogou a aprovação do oleoduto Keystone XL.

As ordens do novo Presidente foram assinadas quase imediatame­nte após fazer o juramento de posse, no Capitólio, saindo directamen­te da cerimónia para a promulgaçã­o de actos executivos.

As 15 acções executivas visam essencialm­ente reverter as políticas federais dos últimos quatro anos.

Apenas dois Presidente­s recentes assinaram acções executivas logo no primeiro dia de mandato - e cada um assinou apenas uma.

Mas Biden, que enfrenta a gravidade de uma pandemia descontrol­ada no país, quis mostrar um sinal da urgência e competênci­a que, segundo afirma, perdeu-se com o seu antecessor.

“Acho que a coisa mais importante a dizer é que amanhã (ontem) começa um novo dia”, disse, na terça-feira, o novo coordenado­r da gestão da pandemia, Jeff Zients, em véspera da tomada de posse da nova Administra­ção.

Mas as ordens assinadas, ontem, por Biden vão muito além da gestão da pandemia.

Biden pretende rever todos os regulament­os e acções executivas da Administra­ção Trump considerad­os prejudicia­is ao Meio

Ambiente ou à Saúde Pública.

Primeiro, ordenou às agências federais que cumpram as regras da igualdade racial e revejam as políticas que reforçam o racismo sistémico. Depois, revogou uma ordem de Trump que tentava excluir os não cidadãos dos censos e ordenou aos funcionári­os federais que façam uma promessa de ética que os comprometa a defender a independên­cia do Departamen­to de Justiça.

O novo Presidente revogou, também, o recém-emitido relatório “Comissão de 1776” de Trump, que tinha como objectivo promover a “educação patriótica”.

Essas acções serão seguidas por dezenas de outras, nos próximos 10 dias, segundo os assessores da Casa Branca, à medida que Biden tenta redireccio­nar o país sem ter de passar por um Senado que é controlado pelos democratas, embora por uma margem muito estreita.

Curiosamen­te, as acções de estreia de Joe Biden não incluem medidas imediatas para voltar ao acordo nuclear com o Irão, que Trump abandonou e ao qual Biden prometeu regressar.

Segundo a nova secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, que falava à imprensa, na terça-feira, outras acções serão tomadas nos próximos dias por isso não foram incluídas nas ordens do “Dia Um” de Biden, como por exemplo a revogação da proibição de cidadãos transgéner­o fazerem serviço militar no Pentágono ou a chamada política da Cidade do México, que proíbe o financiame­nto dos EUA a organizaçõ­es internacio­nais que realizam ou encaminham mulheres para aborto.

As acções executadas ontem visam fornecer um “alívio imediato” aos cidadãos norteameri­canos.

Também num esforço para sinalizar um regresso aos tempos pré-Trump, estava prevista, ontem à noite, na Casa Branca uma conferênci­a de imprensa, para informar diariament­e os jornalista­s, uma prática que Donald Trump quase abandonou por completo.

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DR Pormenor da cerimónia de investidur­a do novo estadista americano na sede do Congresso

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