Centenas de famílias beneficiam do registo civil gratuito na Quiçama
Apenas agora, aos 79 anos, a anciã Rosa Pedro, residente na aldeia Waleta, teve a oportunidade de fazer o registo de nascimento e tratar do Bilhete de Identidade, no âmbito do Programa de Massificação do Registo Civil e Atribuição do Bilhete de Identidade
Pelo menos 435 famílias carenciadas, que vivem no interior do município da Quiçama, em Luanda, beneficiam, desde 13 de Janeiro, de documentos pessoais gratuitos, no âmbito do Programa de Massificação do Registo Civil e Atribuição do Bilhete de Identidade, em curso no país.
As autoridades administrativas do município fixaram, na aldeia Waleta, uma brigada de registo, que já começou a atribuir documentos pessoais às crianças, jovens e idosos da região. Na Quiçama, a maioria dos beneficiários reside nas aldeias Caxilo, Waleta, Zemba e LongaZemba, comuna do Kixinge, a 412 quilómetros da vila municipal da Muxima.
Devido à distância que separa Waleta da sede do município, e da intransitabilidade das vias, Luzia Domingos Cassabi, de 34 anos, só agora teve a oportunidade de tratar de um documento pessoal. Graças à presença de uma brigada de registo civil na zona, a moradora conseguiu fazer o seu próprio registo e, também, dos três filhos. “Estou muito feliz. Eu e os meus filhos tratamos os assentos de nascimento e bilhetes de identidade, e graças a Deus já recebemos os documentos”, disse.
Alegre com a presença dos funcionários da Loja dos Registos Civis e Notariado da Quiçama, em Waleta, no âmbito do Programa de Massificação do Registo Civil e Atribuição do Bilhete de Identidade, Joaquina Magalhães, 36 anos, residente na aldeia de Zemba, não pára de sorrir. Ela afirma que nunca pensou que um dia pudesse ter um Bilhete de Identidade e, por essa razão, não consegue esconder o que sente.
Apenas agora, aos 79 anos, a anciã Rosa Pedro conseguiu fazer o registo de nascimento e tratar do Bilhete de Identidade. Além da distância e das péssimas condições das vias de acesso, a burocracia que se verifica nas conservatórias obrigaram-na a ficar esse tempo todo sem qualquer documento.
O conservador adjunto da Loja dos Registos Civis e Notariado da Quiçama, Álvaro Manuel Calamba, disse ao Jornal de Angola que as brigadas de registo destacadas nas aldeias Caxilo, Waleta, Zemba e Longa-Zemba, na comuna do Kixinge, deverão permanecer nestas localidades até ao dia 23 deste mês, “para efectuarem o maior número de registo de nascimentos possíveis e atribuir os respectivos documentos aos cidadãos”.
Para evitar movimentar os equipamentos técnicos de uma localidade para outra, a brigada de registo fixou-se na aldeia Waleta, por estar situada num ponto estratégico para as populações residentes em Caxilo, Catamba, Hacú, Dundo, Zemba e Longa Zemba. “Temos todas as condições criadas. Queremos registar todos e emitir automaticamente os respectivos bilhetes de identidade”, disse o conservador adjunto Álvaro Calamba.