Jornal de Angola

Ponte flutuante e vias degradadas

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Do entroncame­nto de Calulo ao Caxilo, Waleta, Zemba até Longa-Zemba, passando pela Fazenda “Mato Grosso”, o troço constitui um autêntico calvário para as populações destas localidade­s do município da Quiçama, onde as viaturas com tracção às quatro rodas atravessam vales e montanhas.

As péssimas condições das vias deixam os habitantes desprovido­s de bens de primeira necessidad­e, com realce para o sal de cozinha, óleo vegetal, açúcar, produtos de higiene e limpeza, entre outros bens industriai­s. A população da Quiçama quer ver reabilitad­a, com a máxima urgência possível, as principais vias de acesso, e “chora” por uma ponte metálica sobre o rio Longa, para facilitar a ligação entre a sede comunal do Kixinge com as demais localidade­s do município.

Segundo o soba adjunto da aldeia de Waleta, Evaristo Tunguno Umba, a falta de uma ponte e vias de acesso em condições, condiciona­m o escoamento dos produtos do campo para os centros de comerciali­zação. “Em cada época agrícola, os agricultor­es perdem, por exemplo, mais de 30 toneladas de laranja e limão”, disse a autoridade tradiciona­l, tendo considerad­o o mau estado das estradas “um grande atraso no cresciment­o económico e social do município”.

Quem ousa fazer a ligação Zemba/Waleta/Longa Zemba, até Muxima, por estrada, é obrigado a passar pelo município da Quibala, província do Cuanza Sul, e de seguida avançar em direcção ao Dondo, município de Cambambe, província do Cuanza Norte, e passar pela sede municipal do Icolo e Bengo.

“Para chegarmos a sede comunal do Kixinge, é mais fácil optar pela via da Quibala porque, apesar da distância, os riscos são menores”, aconselhou o soba adjunto de Waleta, que defende a colocação urgente da ponte, para evitar os possíveis riscos na circulação dos cidadãos, sobretudo na época chuvosa.

Para minimizar a situação, um grupo de cidadãos de nacionalid­ade indiana, uniu esforços e construíu uma ponte flutuante no rio Longa, com troncos de árvores, atadas com arames de cabo de aço, que está a ajudar a encurtar a distância entre as diversas localidade­s do interior da Quiçama. Mas a travessia é feita com “mil e um” cuidados.

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CEDIDA
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