Gestores da Textang investem da cadeia de valor do algodão
Apoio às vacinas na África do Sul
Diz o ditado que é “na aflição que se conhecem os verdadeiros amigos”. Esta velha máxima da sabedoria popular ficou evidente, há dias, na África do Sul, país que detém a maior taxa de contaminações e de mortes pela Covid-19 no continente. Nestes tempos em que a pandemia arrasa economias e deixa de rastos os países mais pobres, uma companhia disponibilizou o equivalente a 25 milhões de dólares ao Governo para comprar vacinas e acelerar a imunização. Um gesto nobre, sem dúvidas, que deve encontrar eco em todo o continente, diante da incapacidade dos Governos de custearem todos os encargos decorrentes deste mal que está a assolar o mundo. É verdade que disponibilizar tamanha quantia não está ao alcance de todos, já que as próprias empresas também são vítimas e somam prejuízos nunca vistos. Mas fica evidente que ainda há quem não persiga apenas o lucro. A tarefa vai muito além de apenas vender: contribuir para o bem-estar dos cidadãos.
A fábrica têxtil Textang II, em Luanda, prevê iniciar a produção de algodão até Março, no desfecho do concurso público que, em Setembro de 2020, levou a empresa angolana IEP a obter a adjudicação da gestão da companhia.
Isso mesmo foi anunciado, ontem, pelo presidente do Conselho de Administração da IEP, Jorge Amaral, no acto de recepção das chaves da fábrica, do Instituto de Gestão de Activos e Participações de Estado (IGAPE), o primeiro de uma série de actos desta natureza encetados pelo organismo institucional.
Jorge Amaral revelou ter investido 15 milhões de dólares para relançar o mercado do algodão em Angola. “O nosso objectivo é pôr esta fábrica em plena produção a partir de agora, isto é, até ao mês de Março”, declarou o empresário.
Segundo o líder da IEP, a empresa tem o plano ambicioso de continuar o investimento, por considerar que, para relançar o mercado, é fundamental que o algodão seja cultivado em Angola, que tem potencial para ser auto-suficiente na produção da matéria-prima e na exportação de bens industriais acabados saídos daquela e de outras têxteis angolanas, uma perspectiva
Empresa está a investir 15 milhões de dólares na África Têxtil
que estima que só se concretiza dentro de três anos.
Com capacidade para empregar 700 trabalhadores, a Textang II inicia a operação com 370 vagas preenchidas, tendo o objectivo de completar a oferta de emprego na medida do crescimento da fábrica.
O IGAPE fez a entrega formal das chaves da Textang II à IEP, empresa vencedora da adjudicação da unidade, no âmbito do concurso público de privatização nº 1/20, realizado entre Maio e Setembro de 2020 para a adjudicação de três unidades têxteis construídas ou reabilitadas com fundos públicos, além das Textang II, a Comandante Bula (ex- Satex), localizada no Dondo, Cuanza-Norte, e a África Têxtil, de Benguela.
Em declarações à imprensa, o técnico do
IGAPE Divaldo Oliveira afirmou que o novo gestor da Textang II vai pagar uma renda anual de 845 milhões de kwanzas ao Estado, com opção de compra do património, no fim da vigência deste contrato de oito anos.
Os contratos de adjudicação das três empresas têxteis ficaram avaliados em 33 mil milhões de kwanzas, valor que, em Setembro, elevou para 64 mil milhões de kwanzas a receita gerada pela privatização de 23 activos no âmbito do Programa de Privatizações (Propriv).
O Propriv inscreve 195 entidades e activos públicos a serem privatizados, até 2022, nos sectores das telecomunicações, indústria, banca, petróleos, recursos minerais, aviação, seguros, entre outros.
Um acordo de doação no valor de 250 mil dólares foi assinado pelo embaixador do Japão em Angola à ONG Desenvolvimento de Produtos de Desminagem de Minas Anti-Pessoal (APOPO) para um projecto de desminagem em cinco municípios da província do Cuanza-Sul.
O projecto tem como objectivo garantir segurança no transporte de pessoas e bens, além de transformar as áreas antes minadas em terras cultiváveis para o desenvolvimento da actividade agrícola. “Espera-se que o projecto também contribua para a renovação de dados do plano de desminagem no país”, disse o embaixador Maruhashi Jiro, numa cerimónia testemunhada pelo secretário de Estado para Acção Social do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Lúcio Gonçalves Amaral, e o representante da Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária Adriano Gonçalves.
No dia 14 de Janeiro, o Governo japonês já havia concedido um financiamento a Angola, para a implementação do Programa de Desenvolvimento Económico e Social do sector da desminagem, no valor de dois milhões de dólares. O Governo japonês tem implementado mais de 70 projectos nos sectores de Desminagem, Agricultura, Saúde e Educação.