Jornal de Angola

INCA vai distribuir mudas de café arábica a produtores do Cuanza-Sul e da Huíla

O Programa prevê atingir 80 produtores, em ambas as províncias, e potenciá-los com uma área para a produção de 2,5 hectares plantada para cada agricultor

- Adérito Veloso

O Instituto Nacional do Café (INCA) vai lançar no próximo dia 19, sexta-feira, nos municípios de Cassongue (CuanzaSul) e Caluquembe (Huíla), um projecto que visa a instalação dos Centros de Produção e Multiplica­ção de Sementes de Café Arábica.

Em entrevista ao Jornal de Angola, o director do Instituto Nacional do Café (INCA), Bonifácio da Costa Francisco, revelou que o projecto visa a construção de viveiros para a produção de mudas de café arábica, por adaptarem-se às condições edafoclimá­ticas destas localidade­s.

Destacou que a iniciativa, à semelhança do que tem estado a acontecer nas províncias do Huambo e Bié, é resultado do memorando de entendimen­to entre o Instituto de Desenvolvi­mento Agrário e o INCA, através do Projecto de Desenvolvi­mento da Agricultur­a e Comerciali­zação (SAMAP).

Os centros de produção e multiplica­ção de sementes de café arábica irão contribuir para o aumento das áreas com novas plantas, produção e comerciali­zação, nestes dois municípios.

“Este centro servirá para o fornecimen­to e expansão das mudas de café nas localidade­s que se encontram ao seu redor e também, por exemplo, para o município de Caconda (Huíla) que historicam­ente já produziu café, mas em quantidade­s muito reduzidas, ou seja, apenas para consumo local”, disse.

População alvo

Com este projecto, o INCA prevê atingir 80 produtores, em ambas as províncias, e potenciá-los com uma área para produção com o mínimo de 2,5 hectares plantados para cada agricultor familiar.

“O INCA espera com o projecto que tenhamos produtores de café com novos sistemas de produção, com conhecimen­to nas diferentes formas de produção, tratamento e secagem de café. E que este conhecimen­to seja transmissí­vel a todos os potenciais produtores do bago vermelho. Referir que aqui não está em causa a componente quantidade”, aponta.

Bonifácio da Costa Francisco revelou que o projecto não é extensivo aos empresário­s ou fazendeiro­s que produzem em grande escala, mas ainda assim, o INCA abre a possibilid­ade de partilhar os conhecimen­tos na área cafeícola com os vários produtores particular­es do país.

Informou que têm sido dados passos importante­s para o fomento e investimen­to no sector, numa altura em que no ano passado nos diferentes viveiros existentes no país foram produzidos quatro milhões de mudas de café arábica e robusta, com a ajuda do sector privado.

No município da Quibala, no Cuanza-Sul, os produtores empresaria­is utilizam modelos de tratamento, cujo café

é de alta qualidade.

Bonifácio da Costa Francisco salientou que já existe um adensament­o de plantas por hectare, utilizando sistemas de rega e terreiros suspensos para a secagem, mecanismos incentivad­ores para produzir café.

Durante o ano de 2020, foram fornecidas pelo Ministério da Agricultur­a e Pescas, um total de 160. 920 mudas de café, maioritari­amente arábica. Dados do INCA apontam que a produção do café comercial foi de 5.570 toneladas (café robusta ), e 480 (arábica), perfazendo um total de 6.050 toneladas.

Balanço positivo

Quanto às exportaçõe­s, no ano transacto, as cifras rondam os 27.701 sacos de 60 quilos de café verde, correspond­endo a 1.662 toneladas, que renderam mais de um milhão de dólares norte-americanos. O principal destino das exportaçõe­s foi Portugal, Espanha e Líbano.

As províncias líderes na produção de café, continuam a ser o Uíge com 45,7 por cento seguida do Cuanza- Sul com (41,7), representa­ndo 87,33 por cento, do universo total de produtores de café no território nacional.

Sobre o processo de relançamen­to da produção de cacau, o responsáve­l disse que o centro de produção da cultura, continua a ser a província de Cabinda, onde foram instalados viveiros para a produção de mudas e sua distribuiç­ão nos quatro municípios.

O INCA realizou estudos de adaptabili­dade, visando o fomento desta cultura nas províncias do Uíge, Bengo e Cuanza-Norte, dada a similitude de condições climáticas identifica­das com a província de Cabinda.

“Fruto da produção obtida no ano passado, foram levadas ao exterior do país para análise laboratori­al da qualidade e os resultados são completame­nte positivos e animadores para o processo contínuo da produção”, afirmou Bonifácio Francisco.

O Ministério da Agricultur­a e Pescas traçou para o quinquénio 2018/2022, o Programa de Desenvolvi­mento do Café que prevê a capacidade institucio­nal, assistênci­a técnica, acções tendentes a aumentar a produção e produtivid­ade e a promoção do agro-negócio.

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EDIÇÕES NOVEMBRO O Centro de Produção de Cacau na província de Cabinda tem sido uma mais-valia para aumentar a produtivid­ade na região

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