Dez anos após a revolução a Líbia continua num caos
Dez anos depois do início da revolução que derrubou Muammar Kadhafi, data assinalada ontem, a Líbia ainda não conseguiu sair do caos e os líbios, exaustos, continuam privados dos imensos recursos energéticos do país, conforme é referido um trabalho da Efe.
O movimento de revolta conhecido como Primavera Árabe tinha partido da vizinha Tunísia, em Janeiro, e inflamou a região do Norte de África e do Médio Oriente.
Após anos de impasse no país dividido em dois campos, foram conseguidos progressos políticos“tangíveis”nosúltimos meses, segundo o SecretárioGeral da ONU. Acordou-se um cessar-fogo, registou-se uma recuperação na produção de petróleoefoidesignadoumPrimeiro-Ministro interino, Abdel HamidDbeibah,paraassegurar a transição até às eleições marcadas para Dezembro.
Mas os desafios são colossais depois de 42 anos do anterior regime e de uma década de violência, que se seguiu à intervenção internacional com cobertura da OTAN desencadeada em Março de 2011 e concluída em Outubro do mesmo ano com a morte de Kadhafi.
Hoje, a Líbia continua minada pelas lutas de poder, a força das milícias, a presença dos mercenários estrangeiros, assim como a corrupção. As infra-estruturas foram arrasadas e os serviços falham.
Na anarquia, o país tornou-se a placa giratória do tráfico de pessoas no continente. Dezenas de milhares de migrantes vindos da África Subsaariana em busca do “El Dorado” europeu são vítimas dos traficantes, muitos morrem a tentar atravessar o Mediterrâneo. Por outro lado, existem dezenas de milhares de deslocados e numerosos exilados que regressaram em 2011 para participar na construção democrática do país voltaram a partir.
O país com as maiores reservas de petróleo de África tem a economia em “depressão” depois de uma década de conflito. Em Dezembro a produção atingiu os 1,2 milhões de barris/dia, quando há 10 anos era de 1,5 a 1,6 milhões de barris diariamente.