Da ciência para a história
Da ciência para a história, a presença, em 1841, de John Wickham na Austrália é desmentida por censos da época. Também o Departamento Hidrográfico Britânico dava nota, em 1841, de pesquisas de Wickham na capital inglesa.
Controvérsias em torno das origens remotas de Harriet que também não encontraram resposta nos inventários australianos de importações de tartarugas, desde as Galápagos, antes de 1900. Os animais referenciados encontram-se representados em museus. Harriet, que antes fora Harry, poderia ter chegado à Austrália pelas mãos de um marinheiro das rotas baleeiras. Não mais do que uma suposição, pois os baleeiros que operavam ao largo da América do Sul não visitavam o território australiano.
Eis que, em Março de 2009, Colin J. McCarthy, responsável pelas colecções de répteis, anfíbios e peixes do Museu de História Natural, em Londres, fazia notícia. Numa averiguação ao espólio de Charles Darwin guardado no museu, o investigador acercou-se de uma pequena tartaruga já antes registada, mas não catalogada. No plastrão, o escudo ventral do réptil, uma gravação gasta pelo tempo apontava um nome e uma data: James, 13 de Agosto de 1837. Informação eloquente face à cronologia da época. Naquele mesmo dia do século XIX, Darwin carregara a tartaruga James, então já morta, para análise do zoologista (também pioneiro entre os filatelistas) John Edward Gray. Avaliada a taxa de crescimento da carapaça do animal, o zoologista calculou, por aproximação, que este teria três anos no momento da morte, situando o nascimento em 1834.
Independentemente do enredo, factos e suposições que traçam as origens da velha Harriet, até mesmo a possibilidade de nunca ter estado nas mãos de Darwin, o espécime não perderá um título, o de figurar na restrita lista de tartarugas com mais idade, a par de Tu" i Malila (no arquipélago de Tonga), com 188 anos, e de Adwaita (na Índia), especulando-se sobre a sua idade, entre os 150 e os 250 anos.