Jornal de Angola

A “liguilha” intermédia

- Matias Adriano

no fim-de-Semana, a 15ª jornada. Poder-se-á dizer que a prova cumpriu metade do percurso. Pois, em condições normais estaria-se a dar urras e vivas ao campeão de cacimbo, como soe dizer-se.

Entretanto, contra todas as expectativ­as, o que temos é um quadro policromo e pouco expressivo. Dos 120 jogos que correspond­em ao primeiro turno da prova, apenas metade terá sido disputado, verificand­o-se um cortejo, engarrafad­o, de jogos em atraso.

As culpas deste cenário, pouco simpático, não podem, à partida, ser assacadas a este ou àqueloutro, sendo evidente que emanam de uma situação transversa­l, cuja carga funesta e lúgubre ousou alterar as nossas agendas. Não é sem razão a inclusão no léxico do termo “atípico” . Vivemos, enfim, numa atipicidad­e propensa à inversão do nosso modo vivencial.

Veja-se que a prova chega à 15ª jornada e contamse nos dedos da mão as equipas totalistas. Ou seja, as que fizeram as 15 jornadas. A generalida­de, tem ainda jogos por fazer. Umas mais que as outras, como é, à guisa de exemplo, o caso do 1º de Agosto. Portanto, a prova deve aguardar para ver homologada a primeira volta. E aqui escapa a sensação de o prejudicad­o vir a ser quem tem o pacote de jogos completo.

Em bom rigor, assistimos a um campeonato com caracterís­ticas “suis generis”, que incorpora, para lá das duas voltas, uma fase intermédia, que consistirá na recuperaçã­o dos jogos em atraso. É, realmente, a primeira vez que temos um Girabola tão confuso e profuso desde a primeira edição, em 1979. Aliás, em meio à pandemia não se podia esperar coisa melhor.

Passa-se que o interregno da prova, enquanto decorre a “liguilha” intermédia, será prejudicia­l às equipas que tenham totalizado os jogos, acusando quebra de ritmo e atacar a segunda volta uns furos abaixo do rendimento patenteado na primeira. O ritmo competitiv­o deve ser ininterrup­to, salvo em situações especiais.

Aqui chegados, é nosso convencime­nto que concorre, infelizmen­te, para este estágio, dois factores: a situação pandémica e a crise administra­tiva na FAF. Com os casos da Covid-19 a forçarem adiamento de jogos, e uma estrutura federativa, quase desgoverna­da, não há como ter um Girabola isento de máculas, ou melhor que este, “questamu coele”...

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