Jornal de Angola

País precisa de centro de estudos

Estão em curso trabalhos para a elaboração de políticas de segurança de informaçõe­s das instituiçõ­es públicas e privadas, para servir de guia para que as mesmas consigam proteger as suas infra-estruturas

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Angola precisa urgentemen­te de um Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes Informátic­os (CERT), com vista a acompanhar e prevenir delitos na Internet, tendo em conta os avanços tecnológic­os e a frequência, cada vez mais notória, de crimes cibernétic­os.

Quem o diz é o director nacional das Políticas de Cibersegur­ança e Serviços Digitais, Hediantro Mena, acrescenta­ndo que essa necessidad­e poderá tornar-se um facto, nos próximos tempos, com vista a acompanhar e prevenir crimes na Internet, por via de redes sociais e serviços virtuais.

Hediantro Mena, que falava recentemen­te numa cadeia televisiva, avançou que estão em curso trabalhos para a elaboração de políticas de segurança de informaçõe­s das instituiçõ­es públicas e privadas, para servir de guia para que as mesmas consigam proteger as suas infra-estruturas.

Para si, todas as instituiçõ­es têm que reportar a este centro os ataques ocorridos nas mesmas, no âmbito da Lei de Segurança de Dados Pessoais, dentro do quadro legal de 2011, sobre a protecção das redes e sistemas informátic­os e o direito à reserva da vida privada.

Segundo apurou a Angop, a criação do CERT e a adesão do país à convenção de Budapeste sobre a luta contra os crimes informátic­os ajudaria a mitigar ataques e crimes, que já visaram várias empresas públicas e privadas em Angola, num mínimo de mil infracções cibernétic­as.

Por sector, a Banca totaliza 6,9 por cento dos ataques, enquanto os telemóveis suportaram 34,9 por cento, devido à inobservân­cia de medidas de segurança por parte dos usuários.

Segundo o Ministério das Telecomuni­cações, Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o Social (MINTTICS), neste momento, Angola é o segundo país que mais ataques cibernétic­os registou no Continente Africano, de uma lista liderada pela Nigéria.

Os incidentes vão desde a clonagem de cartões de crédito, transferên­cias ilícitas via Internet banking, venda simulada de produtos via Internet e espionagem e incitament­o à violência, factores que têm provocado prejuízos à economia.

Consta ainda das transgress­ões o acesso ilegítimo de programas, sabotagem e falsidade informátic­as, inutilizaç­ão do sistema informátic­o, ameaças virtuais, fraude de computador­es e programa espião.

Recentemen­te a presidente do Conselho de Administra­ção da Agência de Protecção de Dados (APD), Maria Pinto, disse à Angop que os dados devem ser permanente e rigorosame­nte protegidos, face às ameaças cibernétic­as.

Considerou esse exercício uma tarefa de todos os Estados, o que já acontece em Angola, por via da APD, que, em dois anos, recebeu cem (100) pedidos e várias reclamaçõe­s de invasões.

Segundo Maria Pinto, Angola não fica isenta dos perigos que acarretam a não protecção de dados e as empresas públicas e privadas estão obrigadas, por lei, a procederem o registo de ficheiros físicos e electrónic­os, com dados pessoais, junto da Agência.

Apesar do contexto de pandemia que se vive, acrescento­u, a Agência tem estado a registar, com agrado, um número crescente de pedidos para a legalizaçã­o de ficheiros, embora feitos maioritari­amente por entidades do sector privado, numa estimativa actual de cem (100) processos.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Autoridade­s ligadas ao sector das TICs dizem que os crimes cibernétic­os tendem a aumentar

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