Petro de Luanda tenta alcançar primeira vitória
“Sobrevivente” angolano está dependente de terceiros para garantir presença na outra fase da competição sorganizada sob à égide da CAF
Apenas a vitória pode ajudar o Petro a manter a crença de que é possível dar a volta ao actual cenário sombrio, cujo espectro do afastamento prematuro da competição adivinha-se ser o desfecho mais provável de acontecer
A vitória é o único resultado que satisfaz o Petro de Luanda no desafio frente ao Kaizer Chiefs da África do Sul, hoje, às 17h00, no Estádio Nacional 11 de Novembro, referente à 4ª jornada do grupo C da Liga dos Campeões Africanos de futebol.
Depois de três derrotas averbadas na primeira volta, 0-2 frente ao Horoya FC, 0-1 diante do Wydad de Casablanca em Luanda 0-2 ante o Kaizer Chiefs, na África do Sul, ao derradeiro "sobrevivente" angolano na competição africana não restam mais margens para erros e muito menos deslizes. Ou seja, uma nova derrota ou mesmo empate pode sentenciar a "morte do artista".
Aguarda-se, por isso, por um jogo bastante disputado do princípio ao fim. Os tricolores devem, naturalmente, tomar a iniciativa de jogo. A equipa sul-africana encara com enorme ambição a possibilidade de encurtar a distância para o Wydad e manter acesa as esperanças de qualificação aos quartos-de-final.
O Kaizer Chiefs demonstra, durante os jogos, não ser um adversário difícil de ultrapassar. O técnico Gavin Hunt fez questão de assegurar, em conferência de antevisão ao jogo desta tarde, estar confiante nos jogadores; admite enfrentar enormes dificuldades, mas garante ter um conjunto disposto a contrariar as adversidades.
Do colectivo sul-africano destaca-se o voluntarismo do meio-campo, onde sobressaem as qualidades de Eric Mathoho e Happy Mashiane, duas unidades bastante criativas, que acrescentam arte e engenho ao futebol da equipa.
Adivinha-se que o Petro de Luanda venha a entrar com tudo para este jogo. Mais do que protagonizar uma boa exibição, a equipa às ordens de Bodunha é obrigada a melhorar a eficácia ofensiva e redimirse do festival de falhanços dos jogos anteriores.
A jogar longe dos adeptos por decisão da CAF, os tricolores precisam de ir à busca de motivação, onde não existe, de forma a construir um futebol de boa qualidade e cujo desfecho seja uma consequência natural da acção demolidora do ataque.
Reagir às adversidades
O desafio desta tarde pode ajudar a confirmar até que ponto os tricolores sabem reagir ao clima de pressão. A condição de último colocado do grupo C, sem golos e pontos, traduz, a imagem de uma equipa que precisa de se revigorar na 'Champions'.
Apenas a vitória pode ajudar o Petro a manter a crença de que é possível dar a volta ao actual cenário sombrio, cujo espectro do afastamento prematuro da competição adivinha-se ser o desfecho mais provável de acontecer.
Como se não bastasse a última posição, pesa ainda em desfavor do Petro de Luanda a dura realidade de não ter marcado qualquer golo e de ter sofrido cinco.
É provável que o treinador dos tricolores venha a efectuar mexidas ou alterações na equipa, relativamente ao "onze" que actuou há uma semana na África do Sul. A aposta no ataque pode recair para a dupla Yano e Tiago Azulão, enquanto as responsabilidades de municiar o ataque podem ser atribuídas aos inevitáveis Job, Ito, Além e Manguxi. Partem em condição de ocupar a defesa os centrais Musah e Matuwila e os laterais Diógenes e Eddie Afonso. António Dominique deve ser o guarda-redes.
Arbitragem
O jogo é arbitrado pelo quarteto do Burundi, chefiado por Pacifique Ndabihawenimana. Willy Habimana e Pascal Ndimunzigo são os árbitros assistentes e Thierry Nkurunziza, o quarto juiz. O comissário ao jogo é Johannes Jakob, proveniente da Namíbia.