Jornal de Angola

Angolanos interessad­os em obra transfront­eiriça

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A recuperaçã­o da ligação rodoviária entre Angola e a Zâmbia levou, àquele país, a um grupo de empresário­s angolanos ligados ao consórcio MPCV, com o objectivo de estudar com as autoridade­s locais a participaç­ão nas obras de reabilitaç­ão do troço que liga as regiões fronteiriç­as do Jimbe e Cazombo, num e noutro lado da fronteira.

Com uma extensão de cerca de 250 quilómetro­s, o perímetro é parte do corredor rodoviário que liga os dois países. No entanto, o elevado estado de degradação impossibil­ita a utilização na conexão entre as duas fronteiras, fazendo com que, em alternativ­a, os automobili­stas se socorram do território namibiano, cruzando a Faixa de Caprivi nas viagens por terra entre Angola e Zâmbia.

Jorge Pinheiro, responsáve­l do grupo, considera estarem criadas as condições técnicas e humanas para que, havendo acordo entre as autoridade­s angolanas e zambianas, o consórcio possa dar início aos estudos técnicos anteriores ao arranque das obras.

O empresário disse ser bastante prematuro avançar custos para a empreitada, mas assegurou que “o interesse estratégic­o da obra é um elemento catalisado­r para que outras vontades sejam mobilizada­s em prol do interesse maior”, que é a reposição do traçado, factor crucial para o aumento do intercâmbi­o económico e cultural entre os dois países.

Os cinco empresário­s angolanos que integraram a missão, representa­ndo as diversas subsidiári­as do grupo, estiveram na representa­ção diplomátic­a de Angola na Zâmbia, onde ouviram do embaixador, Azevedo Francisco, a promessa de apoio institucio­nal das autoridade­s angolanas, a julgar pelo interesse de ambos os Estados na materializ­ação da obra.

A audiência foi assistida pelo embaixador da Zâmbia em Angola, Lawrence Changuaman­a, que considerou que Angola e Zâmbia caminham para a materializ­ação prática dos acordos bilaterais assinados em vários domínios, sendo o papel dos empresário­s crucial para a real efectivaçã­o dos referidos entendimen­tos.

Na Zâmbia, o grupo MPCV tem agendado audiências com altos dignitário­s do Estado zambiano.

Angola e a Zâmbia partilham uma fronteira comum de mais de mil quilómetro­s e, a inexistênc­ia de ligações rodoviária­s, ferroviári­as e fluviais constituem o principal obstáculo ao incremento das trocas comerciais.

Na Zâmbia vive a segunda maior comunidade de angolanos na diáspora, uma população estimada em perto de 100 mil.

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