Falta de instalações próprias dificulta trabalho da Liculda
A falta de um estúdio de gravação e de instalações próprias tem sido um “calcanhar de Aquilles” para a Liga Cultural dos Deficientes de Angola (Liculda), que não consegue desenvolver as suas actividades artísticas e culturais, quer em Luanda, quer nas demais províncias do país.
Em declarações ontem, ao Jornal de Angola, o vicepresidente da Liculda, Manuel José Lei, afirmou que a falta de instalações próprias tem criado embaraços aos membros da associação, sobretudo no que diz respeito à efectivação dos programas que têm em carteira.
Manuel José Lei deu a conhecer que a Liga tem dificuldades em divulgar nas rádios do país as músicas produzidas pela Liculda, por falta de patrocínios, já que não têm recebido qualquer apoio das instituições de direito.
Com objectivo de solucionar os problemas que aflige a Liculda, Manuel José Lei afirmou que já mantiveram contacto com Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, solicitando um espaço para a realização dos seus trabalhos artísticos e culturais.
Até ao momento, explica, ainda não receberam nenhuma resposta da actual direcção do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente. Apesar deste impasse a Liga, através da Fundação Arte e Cultura, criou representações nas províncias do Bengo, Malanje, Benguela, Lubango e Huambo, compostas por artistas deficientes.
A Liga gravou, em 2015, o seu primeiro disco intitulado “Som é Vida”, com oito faixas, patrocinado pela Embaixada de Israel, através da Casa da Música, Arte e Cultura. O tema “Kissângua” é das oito canções do disco a que mais toca nos programas de rádios. A banda da Liculda já teve a oportunidade de participar em eventos internacionais, com destaque para o Festival da Costa do Marfim, realizado no ano passado, no qual se destacou com o “Maria Teresinha”.
Manuel José Lei é autor de temas como “Angola”, “África” e o “Mudo”, e o mentor da música “Kissângua”, ideia extraída do projecto “Weza Paradise”, no qual comercializava cerca de 250 litros de kissângua, para o evento “Caldo no Quintal”.
Fundada em 2007, a Liculda é constituída por mais de três mil associados com deficiências, entre exmilitares e cidadãos deficientes por genética e acidentes.