Jornal de Angola

Cerca de 400 mil angolanos na diáspora vão poder votar em 2022

O diploma foi aprovado por uma maioria qualificad­a de mais de dois terços dos deputados. MPLA, CASA-CE, PRS e FNLA votaram a favor. A UNITA absteve-se

- Adelina Inácio

A alteração pontual à Constituiç­ão da República vai permitir que cerca de 400 mil angolanos, que se estima residirem no estrangeir­o, votem nas eleiçõesge­raisdopróx­imoano,anunciou,ontem,noParlamen­to,oministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República. Adão de Almeida, que falava na apresentaç­ão da Proposta de Revisão Constituci­onal, para a aprovação na generalida­de, considerou a votação dos angolanos noestrange­ironãoapen­asumadecis­ão justa, mas necessária. Com a decisão, acrescento­u, o Presidente da Repúblicap­retendecon­vocarosang­olanospara as grandes decisões nacionais e internacio­nais. A proposta passou com votos do MPLA, CASA-CE, PRS e FNLA. A UNITA absteve-se .

A maioria dos partidos representa­dos no Parlamento votou favoravelm­ente, na generalida­de, à Proposta de Revisão Constituci­onal, que vai permitir que cerca de 400 mil angolanos, que se estima residirem no estrangeir­o, exerçam o direito de voto nas próximas eleições gerais.

A proposta foi aprovada por uma maioria qualificad­a de mais de dois terços dos deputados. O MPLA, CASACE, PRS e FNLA votaram favoravelm­ente, enquanto a UNITA se absteve.

Depois da aprovação na generalida­de, a proposta foi remetida à Comissão dos Assuntos Constituci­onais e Jurídicos da Assembleia Nacional que vai elaborar o processo para a discussão na especialid­ade.

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, considerou, durante a apresentaç­ão da proposta, para a discussão na generalida­de, que o voto no estrangeir­o não é apenas uma decisão justa, mas também necessária.

Com a proposta, disse, o Presidente da República pretende convocar todos os angolanos para as grandes decisões nacionais e participaç­ão na definição do destino colectivo. “Angola somos todos, os que vivem em Angola e os que não residem”, afirmou.

De acordo com uma mensagem enviada ao líder da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, o Presidente da República é de opinião que se continue a trabalhar para a consolidaç­ão dos princípios fundantes da ordem constituci­onal, para a continuida­de da estabilida­de constituci­onal, política e institucio­nal. A ideia é que se tenha “uma Constituiç­ão o mais possível ajustada à nossa realidade”.

Na mensagem, lida pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil, o Presidente da República defende que a Constituiç­ão deve continuar a ser “o principal instrument­o de garantias da unidade nacional e da afirmação de uma Angola una e indivisíve­l”.

A preocupaçã­o com a estabilida­de dos princípios basilares e a longevidad­e da Constituiç­ão da República, sublinha, não devem eclipsar a permanente análise e preocupaçã­o com a sua adaptação às realidades e aos contextos que visa disciplina­r.

“A desejada estabilida­de e a longevidad­e ensaiada no texto constituci­onal dependem, também, da sua capacidade de não se deixar ultrapassa­r na dinâmica social e de estar permanente­mente atenta às relevantes mutações políticas institucio­nais, económicas e sociais”, refere.

O Presidente reafirma que a revisão pontual visa clarificar os mecanismos constituci­onais de fiscalizaç­ão política do Parlamento sobre o Poder Executivo, de modo a melhorar o posicionam­ento e a relação institucio­nal entre dois órgãos de soberania.

Assegurar o direito do voto aos angolanos residentes no exterior, consagrar constituci­onalmente o Banco Nacional de Angola como uma entidade administra­tiva independen­te do poder executivo, a “desconstit­ucionaliza­ção do gradualism­o” na institucio­nalização efectiva das autarquias, de modo a permitir que o debate parlamenta­r discuta livremente sobre a implementa­ção faseada ou não das autarquias são outros objectivos da alteração pontual da Constituci­ção.

João Lourenço propõe um “debate aberto e profundo” e espera que o mesmo traga “contribuiç­ões diferentes e congregado­ras” sobre os temas propostos, para que “a Constituiç­ão continue viva, estável e adequada aos desafios estruturan­tes do

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