África compra 400 milhões de vacinas à Johnson & Johnson
A União Africana(ua) vai comprar até 400 milhões de vacinas contra a Covid-19 à farmacêutica Johnson & Johnson, alcançando metade do objectivo de vacinar 750 milhões de pessoas, anunciou, ontem, o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank).
“Todos os Estados-membros da União Africana vão ter acesso a 200 milhões de doses da vacina da Johnson & Johnson contra a Covid-19, com o potencial de poderem encomendar mais 180 milhões de doses adicionais, através de um acordo assinado a 28 de Março através do Fundo
Africano de Aquisição de Vacinas”, lê-se numa nota do Afreximbank citada pela Lusa.
“A maioria será produzida no gigantesco laboratório da África do Sul operado pela Aspen Pharma e as vacinas serão disponibilizadas aos países africanos através da Plataforma Africana de Fornecimento de Equipamentos Médicos num período de 18 meses”, acrescenta-se ainda no texto.
A transacção foi possível através do fundo de 2 mil milhões de dólares aprovado pelo Afreximbank, que agiu como intermediário financeiro em toda a operação, diz o banco, agradecendo “o apoio da Comissão Económica das Nações Unidas para África e do Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF)”.
No comunicado, o banco multilateral vocacionado para os investimentos salienta, ainda, que esta é a vacina preferida pela maioria dos países africanos e aponta que o pagamento pode ser feito em dinheiro ou usando as plataformas financeiras do próprio Afreximbank.
“A aquisição directa das vacinas pelos Estados africanos através da iniciativa AVATT (Grupo de Trabalho para a Aquisição de Vacinas em África) faz parte do objectivo continental de atingir um mínimo de 60% de imunização da população africana para eliminar a Covid-19, uma meta que está em linha com outras regiões, como a Europa e os Estados Unidos”, lê-se no comunicado, que lembra ainda que “a comunidade internacional de doadores comprometeu-se a fornecer 27% das vacinas através da iniciativa Covax e Gavi, enquanto a África terá de encontrar o resto”.
Para o director do Centro Africano de Prevenção e Controlo de Doenças (Africa CDC), John Nkengasong, “esta transacção permite que África cumpra quase 50% do objectivo de vacinar 750 milhões de africanos, e a grande vantagem desta vacina é ser de toma única, o que a torna fácil de distribuir de forma rápida e eficaz, e com isso salva vidas”.
África regista, desde o início da pandemia, quase 112 mil vítimas mortais e 4,1 milhões de infectados com o coronavírus Sars-cov-2, de acordo com o Áfricacdc.