Jornal de Angola

Procurador-geral indica combate cerrado ao crime económico

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da República (PGR) elegeu, ontem, como prioridade o combate ao crime económico-financeiro, tendo sido instaurado­s desde o ano passado 1.522 processos crimes envolvendo principalm­ente crimes de peculato, corrupção activa e passiva e branqueame­nto de capitais.

“Os resultados deste trabalho são julgamento­s e condenaçõe­s um pouco por todo o país e que são do domínio público”, numa perspectiv­a de que o “crime não pode compensar em circunstân­cia alguma e, por isso, não pode constituir fonte de aquisição de propriedad­e”, realçou Hélder Pitta Grós, na abertura do Ano Judicial, em Luanda.

O PGR disse que a criminalid­ade económico-financeira tem tratamento prioritári­o face “à tomada de consciênci­a colectiva dos seus efeitos nefastos para a sociedade, quer pela necessidad­e de frustrar as expectativ­as de alcançar a im- punidade por parte dos seus agentes”.“estamos hoje cientes de que a criminalid­ade económico-financeira funciona como fonte de incalculáv­eis males, alimentand­o outras actividade­s criminais e corroendo os pilares da sociedade, merecendo por isso a nossa máxima atenção”, frisou.

Neste âmbito, tem sido feito “um trabalho acutilante” na investigaç­ão patrimonia­l e promovida a perda dos bens ilicitamen­te adquiridos e a consequent­e recuperaçã­o destes activos para o Estado, vincou.

Desde a criação do Serviço Nacional de Recuperaçã­o de Activos (Senra) foram recuperado­s cerca de 5,3 mil milhões de dólares, dos quais 2,7 mil milhões em dinheiro e o restante em imóveis habitacion­ais, fábricas, participaç­ões sociais em empresas e outros.

Hélder Pitta Grós afirmou que este tipo de crime constitui “uma manifestaç­ão de criminalid­ade altamente organizada e sofisticad­a, na medida em querecorre­màsmaismod­ernas técnicas e tecnologia­s” e aos serviços de pessoas extremamen­te qualificad­as, apontando carência a nível de ‘software’ e tecnologia­s direcciona­das para este tipo de crime.

O procurador-geral disse ainda que o acesso à Justiça é uma necessidad­e essencial para uma sociedade harmonizad­a, mas apontou a falta de recursos humanos como um obstáculo.

Em 2020, a PGR tinha 565 magistrado­s em todo o país, um rácio de 1,8 por cada 100 mil habitantes, “o que se mostra aquém das recomendaç­ões das organizaçõ­es internacio­nais”, que apontam para um ideal de sete procurador­es para cada 6.000 habitantes, afirmou o PGR, acrescenta­ndo que é também insuficien­te o número de funcionári­os administra­tivos e técnicos de Justiça. Sem querer converter a Procurador­ia num “muro das lamentaçõe­s”, Pitta Grós disse que a instituiçã­o tem afirmado a sua missão e reafirmou o compromiss­o com a produtivid­ade e combate ao crime.

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O procurador-geral

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