Nova central térmica no Cunene
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, anunciou, ontem, na cidade de Ondjiva, a construção de uma nova central térmica, com capacidade de 50 megawatts, na província do Cunene.
A construção da central térmica, composta por duas turbinas, com capacidade de 25 megawatts cada, visa o aumento da capacidade do fornecimento de energia eléctrica à cidade de Ondjiva e arredores.
A central térmica de Ondjiva, que fornece actualmente alguns bairros da cidade, dispõe de três grupos geradores com capacidade de 3.4 megawatts cada, sendo que apenas um está em funcionamento e outros encontram-se avariados.
A província do Cunene recebe desde 1999 energia eléctrica da estação de Onuno, na vizinha República da Namíbia, no quadro da cooperação entre os dois países, estando a beneficiar de oito megawatts.
O ministro disse que os oito megawatts que a província importa da Namíbia custam aos cofres do Estado, todos os meses, um milhão e 300 mil dólares.
Explicou que a construção da central vai ser uma medida intercalar, enquanto não chega a ligação que se prevê a partir do Huambo/lubango, visto que o plano de expansão da rede eléctrica nacional prevê a interligação centro e sul.
Fez saber que decorrem negociações com diversas entidades, em termos de contratos e financiamento, para execução do projecto e, tão logo esteja concluída esta parte, começa a instalação dos equipamentos, que vão garantir o funcionamento da central térmica o mais rápido possível.
“Temos pressa para impedir que a dívida do Estado venha acumular-se. Precisamos encontrar uma solução alternativa a essa alimentação da Namíbia, devendo ficar só para casos de emergência, em termos de avaria na central térmica”, afirmou.
Em relação à execução dos projectos estruturantes no sector das águas para mitigar os efeitos da seca no Cunene, João Baptista Borges manifestou-se satisfeito com o andamento da construção da Barragem do Cafu.
O projecto levará água até Ndombondola e Namacunde, num percurso de 100 quilómetros, devendo beneficiar 250 mil habitantes. Explicou que o cronograma aponta para a conclusão em Dezembro deste ano, mas as intensas chuvas e o atraso na importação de equipamentos, devido à Covid-19, estão a criar dificuldades.