Avaliação do ensino
É sempre importante que órgãos competentes do Estado ligados à Educação façam regularmente avaliação do nosso ensino em todos os seus níveis. Um país, como o nosso, que tem a pretensão de construir as bases para o seu crescimento e desenvolvimento deve preocupar-se com a qualidade do seu ensino. Temos ainda muitos problemas ao nível do ensino, em todos os seus níveis, por razões diversas, entre as quais avulta a falta de professores com qualificação necessária para assegurar uma boa qualidade na transmissão de conhecimentos. Sou também da opinião de que se deve prestar muita atenção ao ensino de base. Muitos leitores do Jornal de Angola já defenderam neste espaço que os bons professores devem estar no ensino de base, para que tenhamos bons alunos no ensino médio e superior. Quanto às universidades, deve-se evitar a banalização do ensino universitário, particularmente por parte de instituições privadas desse nível que chegam a recrutar para a docência pessoas que não estão à altura das exigências do ensino superior. Sabe-se que há universidades privadas que estão mais preocupadas com os lucros que advêm do dinheiro que recebem dos alunos do que com o recrutamento de professores de elevado nível. Lembro-me de alguém se ter referido neste espaço a um jovem que preferiu fazer novamente o curso de Direito numa Universidade pública, depois de ter feito a licenciatura nesse curso numa instituição privada. Esse jovem, segundo a carta de um leitor, apercebeu-se, depois de começar a trabalhar, que sabia menos que os seus colegas de trabalho que se haviam formado numa universidade pública. Defendo que as instituições de avaliação do estado do nosso ensino devem funcionar e não hesitar em encerrar, se for caso disso, cursos que não estejam a obedecer a requisitos exigidos por lei. O ensino não pode ser visto apenas como um negócio para enriquecer um grupo de donos de universidades, que podem não estar preocupados com a qualidade do ensino, mas somente com os seus dividendos. FERNANDA LUCAS Cassenda