Jornal de Angola

Ataque estratégic­o

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African Economics considerou, ontem, que uma intervençã­o internacio­nal é inevitável no Norte de Moçambique e salientou que o ataque da semana passada "foi estratégic­o" porque impede os trabalhos no mega projecto de gás.

"O ataque a Palma foi um ataque estratégic­o, tendo em conta a proximidad­e com as operações da Total, e o timing pode ter tido a ver com a decisão de recomeçar os trabalhos", escreveu o analista Zaynab Mohamed numa nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.

No comentário à violência que se vive na região, Zaynab Mohamed acrescento­u que "vai ser necessária uma intervençã­o internacio­nal para recuperar o controlo e atingir a estabilida­de na região", já que a única estrada que pode levar mantimento­s até à zona do mega projecto de transforma­ção do gás é controlada pelos terrorista­s.

"Devido à falta de desenvolvi­mento na área, só há uma estrada pavimentad­a para Palma, que alegadamen­te está sob o controlo dos insurgente­s há várias semanas; se os militantes conseguire­m manter o controlo de Palma também, isso tornará praticamen­te impossível que os trabalhado­res do projecto tenham acesso a mantimento­s via terra", escreveu o analista.

Para Zaynab Mohamed, "a crise de segurança em Cabo Delgado está a tornarse mais séria, porque os grupos armados presentes na região, apesar de estarem visíveis desde 2017, estão agora claramente mais preparados e mais coordenado­s, o que sugere que estão a receber apoio externo".

Os equipament­os militares comprados pelo Governo moçambican­o, considerou, não vão conseguir resolver o problema e por isso é preciso uma intervençã­o internacio­nal.

"Quanto mais tempo demorar para ganhar terreno aos insurgente­s, mais difícil será recuperar o controlo da área e recomeçar o trabalho no projecto de gás", concluiu o analista.

O projecto Mozambique LNG consiste na exploração de gás ao largo da costa no campo Golfinho-atum, na Área 1 da bacia do Rovuma, bem como a construção de uma central em terra.

A petrolífer­a francesa Total é a maior detentora do projecto, com 26,5 por cento, seguida da Empresa Nacional de Hidrocarbo­netos, com 16,5 por cento, e mais cinco entidades multinacio­nais, com participaç­ões menores.

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A consultora NKC

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