Jornal de Angola

Moscovo e Kiev acusam-se mutuamente sobre violência

Moscovo e Kiev acusaram-se, ontem, mutuamente pela escalada de conflito entre as forças ucranianas e os separatist­as pró-russos, apesar de uma trégua que já dura há vários meses

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O comandante-em-chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Ruslán Jomchak, acusou, ontem, a Rússia de estar a juntar militares na zona de conflito no Leste do país e na região de fronteira com o seu país.

Por seu lado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, responsabi­lizou Kiev pelo impasse no processo de paz e pelo aumento de tensões diplomátic­as nas chamadas negociaçõe­s do Grupo da Normandia (que reúne Ucrânia, Rússia, França e Alemanha), apesar de um cessar-fogo que dura desde Julho do ano passado.

Parapeskov,ogovernouc­raniano é o principal culpado pela impossibil­idade na implementa­ção dos acordos de paz de Minsk, assinados em 2015 e concluídos em Paris no final de 2019, que permitiram uma redução da violência, embora sem garantir uma solução política.

O porta-voz do Kremlin responsabi­lizou directamen­te o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem acusou de “rejeitar totalmente qualquer ideia de diálogo” com os separatist­as.

Do lado de Kiev, Ruslán Jomchak denunciou as intenções russas de aumentar a sua capacidade militar junto às fronteiras com a Ucrânia.

“Hoje, ao longo da fronteira ucraniana, nas áreas temporaria­mente ocupadas e na Crimeia, estamos a tentar travar 28 grupos tácticos do inimigo, ao nível de batalhões”, disse o comandante-em-chefe das Forças Armadas ucranianas.

“A Rússia aumentou o seu contingent­e militar (naquele território), que actualment­e soma cerca de 32.700 soldados”, explicitou Jomchak, que anunciou um reforço das tropas ucranianas nas regiões de Donetsk e Luhansk (na fronteira com a Rússia), bem como na Crimeia, que foi anexada por Moscovo em 2014.

O mais recente incidente grave na zona de conflito aconteceu no dia 26, quando quatro soldados ucranianos morreram durante uma missão de desminagem perto da cidade de Shumy, na região de Donetsk.

O Parlamento ucraniano adoptou, ontem, uma declaração e que denuncia a responsabi­lidade da Rússia na “escalada de violência”, pedindo a Moscovo para “colocar um fim às hostilidad­es” e para que “retire o seu Exército e os seus mercenário­s da Ucrânia”.

O Kremlin reconheceu que “as tensões estão a aumentar”, mas considera que compete a Kiev demonstrar disponibil­idade para o “diálogo sério e construtiv­o”, dizendo que não há motivo para que os dois países não reúnam “ao mais alto nível”.

O conflito entre a Rússia e Ucrânia, desde a anexação da Crimeia em 2014, já custou mais de 13 mil vidas.

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DR Ucrânia acusa a Rússia de querer aumentar a sua capacidade militar junto da fronteira

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