Jornal de Angola

SADC quer maternidad­e segura

O posicionam­ento foi apresentad­o pela deputada Luísa Damião, durante o diálogo de defesa da Política Regional Sectorial sobre a Prevenção do Aborto Inseguro e da Gravidez Precoce, promovido pelo Fórum Parlamenta­r da SADC

- Adelina Inácio

A Assembleia Nacional propôs, aos parlamento­s da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), a elaboração de políticas regionais para a redução da mortalidad­e materno-infantil e especial atenção à saúde reprodutiv­a. A proposta foi apresentad­a pela deputada Luísa Damião.

A Assembleia Nacional propôs, quinta-feira, aos parlamento­s da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC) a elaboração de políticas regionais para a redução da mortalidad­e maternoinf­antil e especial atenção à saúde reprodutiv­a.

A proposta foi apresentad­a pela deputada Luísa Damião, durante o diálogo de defesa da Política Regional Sectorial sobre a Prevenção do Aborto Inseguro e da Gravidez Precoce, realizado, por videoconfe­rência, a partir de Joanesburg­o, pelo Fórum Parlamenta­r (FP) da SADC.

Luísa Damião pediu aos parlamento­s da SADC para se prestar atenção especial à saúde reprodutiv­a e materna infantil, bem como maior divulgação do planeament­o familiar.

Defendeu, igualmente, a criação de um “roteiro regional” alinhado com “os compromiss­os assumidos pelos Estados- membros”. A ideia, disse, é contribuir para a redução da morbilidad­e e mortalidad­e nos países, principalm­ente “por causas evitáveis”.

“Penso que é importante que nos levantemos todos contra a violação de menores que, em muitos casos, também termina em aborto. Devemos prestar atenção especial a esta temática, porque podemos encontrar medidas através da promoção de campanhas de planeament­o familiar”, disse.

Luísa Damião, que interveio na qualidade de membro da Comissão Permanente de Desenvolvi­mento Humano e Social e Programas Especiais do FP-SADC, entende que “a educação para saúde da mulher deve ser prioridade nos países da região” e os parlamenta­res devem defender esta posição.

Aborto inseguro, tragédia silenciosa

A deputada classifico­u o aborto inseguro “tragédia silenciosa” e defendeu “a elaboração de políticas neste domínio”.

“Em Angola, temos serviços de planeament­o familiar e tivemos uma grande discussão sobre o aborto, nomeadamen­te se devíamos criminaliz­a-lo ou não e chegamos à conclusão que deveria ser criminaliz­ado”, informou Luísa Damião.

Esclareceu que existem algumas excepções para se fazer “o aborto de forma segura, sobretudo nas primeiras 16 semanas da gravidez, naqueles casos em que está em causa a integridad­e física da mulher, má formação congénita e quando a gravidez é fruto de incesto ou violação”.

A também vice-presidente do MPLA afirmou que em Angola “o aborto clandestin­o e inseguro é um problema de saúde pública e, por isso, criminaliz­ado”.

“Se as pessoas têm acesso ao planeament­o familiar, não há a necessidad­e de praticar o aborto”, defendeu

Luísa Damião, acrescenta­ndo que “cada vez que o queiram fazer, tem que haver uma justificaç­ão plausível neste sentido”.

O aborto inseguro, disse, é das maiores causas da mortalidad­e materna em Angola. Por essa razão, elogiou o FP-SADC por ter agendado esta questão para que parlamento­s poderem contribuir.

“A iniciativa do diálogo visa transforma­r vidas, procurando melhorar resultados da saúde, direitos sexuais e reprodutiv­os dos cidadãos da África Austral”, referiu.

O encontro, disse, serviu, igualmente, para “construir consensos” entre os Parlamento­s da SADC “sobre acções cruciais de advocacia política a serem tomadas em direcção a um roteiro regional sobre o fim dos abortos inseguros e gravidezes precoces e não intenciona­is”.

A delegação parlamenta­r angolana foi chefiada pelas deputadas Luísa Damião, membro da Comissão Permanente de Desenvolvi­mento Humano e Social e Programas Especiais; e Maria do Carmo do Nascimento,da Comissão do Grupo Regional de Mulheres Parlamenta­res.

África do Sul, Angola, Botswana, e-swatini (exswazilân­dia), Lesotho, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, República Democrátic­a do Congo (RDC), Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe são membros da SADC.

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DOMBELE BERNARDO| EDIÇÕES NOVEMBRO
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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Deputada Luísa Damião pediu aos parlamento­s da região mais atenção à saúde reprodutiv­a

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