Jornal de Angola

SADC solidária com Moçambique

Presidente da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral condena ataques contra civis na vila de Palma e pede que autores de massacres sejam encontrado­s e levados à Justiça

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O presidente da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), Mokgweetsi Masisi, manifestou, ontem, profunda preocupaçã­o com a continuaçã­o dos ataques terrorista­s em Cabo Delgado, que classifica como uma “afronta à paz” para a região e para toda a comunidade internacio­nal.

“A SADC condena veementeme­nte este hediondo acto de covardia”, refere um comunicado da organizaçã­o, divulgado pela Reuters, e emitido na sequência do recente ataque a Palma, esperando “fervorosam­ente” que quem o perpetrou seja “rapidament­e preso e levado à Justiça”.

Manifestan­do-se “profundame­nte preocupado com os contínuos ataques terrorista­s em Cabo Delgado”,

o presidente da SADC assinala que estes ataques “são uma afronta à paz e segurança”, não só para Moçambique, mas também para a região e para a comunidade internacio­nal, como um todo.

Na mensagem, na qual expressa “total solidaried­ade” para com o Governo e o povo de Moçambique, assim como para com as forças armadas que no terreno tentam restaurar a paz, o presidente da SADC sublinha o compromiss­o da organizaçã­o em “contribuir para os esforços de obtenção de uma paz e segurança duradouras”, bem como “da reconcilia­ção e do desenvolvi­mento em Moçambique”.

Masisi lamenta ainda as dezenas de mortos, centenas de feridos e milhares de deslocados provocados por “estes ataques indiscrimi­nados contra a população civil”, que aumentaram a inseguranç­a naquela região, levando a uma grave crise humanitári­a.

Enquanto isso, muitos dos milhares de pessoas que fugiram do ataque armado de há nove dias a Palma “estão altamente traumatiza­das” e ainda “em estado de choque” ao chegar a Pemba.

Aparenteme­nte, chegam bem após o resgate, mas “a partir do momento em que percebem que estão a salvo na cidade de Pemba, então começam a mostrar as suas emoções”, descreveu à Lusa Margarida Loureiro, chefe do escritório do Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Cabo Delgado.

Viajaram num barco com cerca de 1.100 pessoas que estavam escondidas junto ao recinto do projecto de gás da Total, em Afungi. A operação de recepção “correu muito bem, de forma coordenada com as autoridade­s e parceiros humanitári­os”, disse Margarida Loureiro. Foi possível localizar familiares e amigos para as receber e instalar. Uma “solidaried­ade imensa” por parte de toda a região a sul e oeste de Cabo Delgado para com a população que sai dos distritos sob conflito.

Como noutras tragédias e atendendo à pirâmide etária jovem de Moçambique cerca de metade dos 30 milhões de habitantes têm menos de 20 anos -, mães e crianças são as principais vítimas.

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 ?? DR ?? Chefe de Estado do Botswana e presidente em exercício da SADC afirma que ataque em Palma é “uma afronta à paz na região”
DR Chefe de Estado do Botswana e presidente em exercício da SADC afirma que ataque em Palma é “uma afronta à paz na região”

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