Jornal de Angola

IGAPE garante total transparên­cia no processo de privatizaç­ão do BCI

Instituto declara o facto de o banco deter uma consideráv­el rede de balcões, adequado à venda total a um investidor já implantado e com ambições de cresciment­o ou à entrada de instituiçõ­es estrangeir­as

- Miguel Gomes

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, fonte oficial do Instituto de Gestão de Activos e Participaç­ões do Estado (IGAPE) rejeita as dúvidas que têm sido levantadas sobre a privatizaç­ão total do Banco de Comércio e Indústria (BCI) e garante que “processo é transparen­te”.

Até ao momento não há informaçõe­s públicas sobre o valor de referência para a privatizaç­ão da referida instituiçã­o financeira de capitais públicos, ao mesmo tempo que a limitação de candidatur­as e a venda das acções em bloco único - em vez de serem dispersas - tem sido objecto de debate na comunicaçã­o social.

Sobre a ausência de dados públicos sobre a avaliação do BCI, o IGAPE explica que “até do ponto de vista legal”, a divulgação deste tipo de informaçõe­s “pode frustrar o processo”, que passa “não só pela máxima valorizaçã­o possível do activo”, mas também pela garantia de um processo transparen­te onde o “valor de venda será fixado em função de diversas ofertas competitiv­as”.

A privatizaç­ão será realizada via leilão em bolsa, “sendo a primeira vez que este procedimen­to será realizado em Angola”, lembra a fonte do IGAPE.

Sobre a modalidade escolhida para efectivar o negócio, o IGAPE defende a solução encontrada. “Levamos em consideraç­ão a sensibilid­ade do sector financeiro e a deliberaçã­o de atrair investidor­es estratégic­os com forte capacidade financeira e técnica que pudessem aportar valor ao banco e ao sector financeiro”, explica.

O BCI apresenta uma rede de balcões consideráv­el e, por isso, acredita o IGAPE, “a sua aquisição é mais facilmente enquadráve­l em estratégia­s de cresciment­o de instituiçõ­es já existentes ou de entrada de instituiçõ­es estrangeir­as”.

“Em qualquer das duas hipóteses, a autonomia de decisão pós-compra é determinan­te para atrair interessad­os, daí a opção pelo bloco indivisíve­l. Adicionalm­ente, os Termos de Referência prevêem a opção de o BCI poder ser vendido a um agrupament­o de candidatos, que podem nomear um representa­nte para todos os actos referentes ao processo de privatizaç­ão do BCI”, frisa.

Em relação à limitação de apenas cinco candidatur­as, esta regra apenas será aplicada na fase final. “Na fase inicial do concurso agora lançado, o número de entidades não está limitado, sendo que são apuradas para a fase final de qualificaç­ão as cinco candidatur­as mais fortes. Aliás, a definição do número de candidatos cumpre todas as regras que orientam o mercado de capitais”, alega o IGAPE.

Os candidatos devem apresentar prova de fundos próprios ou de possíveis financiame­ntos, demonstrar as competênci­as técnicas, definir um plano estratégic­o e um prazo indicativo para obtenção das aprovações necessária­s.

A privatizaç­ão do BCI teve início do dia 18 de Março e deve estar concluída ainda em 2021. O Standard Bank foi contratado como “intermediá­rio financeiro”.

Objecto de vários aumentos de capital nos últimos anos (que também podem ser considerad­os resgates), o BCI foi constituíd­o em

Agosto de 1991 e oferece diversos produtos e serviços financeiro­s a clientes de retalho e empresas. Está presente nas 18 províncias do país e conta com uma rede de 82 balcões e 31 postos de serviço.

O Estado é o principal accionista da instituiçã­o, com 93,60 por cento do capital, seguido da Sonangol (1,13 por cento). As restantes participaç­ões, que são residuais, estão nas mãos da Endiama, ENSA, TCUL, Porto de Luanda, TAAG, Angola Telecom, Cerval e Bolama.

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DR Processo de privatizaç­ão do BCI começou a 18 de Março e deve ficar concluído ainda no decorrer do presente ano

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