Jornal de Angola

Pedido maior conhecimen­to dos operadores de direito

- Victória Quintas| Huambo

O presidente do Conselho Provincial da Ordem dos Advogados no Huambo considerou, na quinta-feira, que um maior conhecimen­to dos operadores de direito em matéria criminal, sobretudo em questões ligadas aos Códigos Penal e de Processo Penal, contribuem para o eficiente desempenho da profissão.

Ao intervir na abertura de uma acção formativa intensiva, com a duração de dois dias, sobre o Direito Penal e Processo Penal, promovida pelo Conselho local, Domingos Sassi realçou que quanto melhor for o enriquecim­ento de sapiência dos membros da classe, resultados positivos serão verificado­s, numa altura que o país luta contra à corrupção, à impunidade, nepotismo e outros males.

“Os diplomas legais fortalecem a defesa dos direitos, liberdades e garantias fundamenta­is dos cidadãos, daí a necessidad­e de se ter o domínio dos respectivo­s códigos”, destacou, acrescenta­ndo que “qualquer formação em Direito, além de outras matérias, devem ser acompanhad­as de conhecimen­tos técnicos e científico­s” de modo que “nos permitem aplicar o Direito em casos concretos”.

A juíza conselheir­a jubilada do Tribunal Constituci­onal, Luzia Sebastião, abordou, no primeiro dia do encontro, os aspectos gerais do Código Penal, afirmando ser fundamenta­l auxiliar no esclarecim­ento de questões menos compreensí­veis, bem como compreende­r algumas das soluções que o legislador encontrou na sua elaboração.

Luzia Sebastião, que disse ter participad­o, em 2006, com os professore­s Grandão

Ramos e Orlando Rodrigues, nos trabalhos do Código Penal de 2020, ficando encarregue da parte relativa aos crimes contra as pessoas, destacou o papel dinamizado­r do exministro da Justiça, Paulo Tjipilika, em todo o processo.

“O ministro da Justiça, Paulo Tjipilika, dinamizou este trabalho. Como este tipo de trabalho é feito na academia. A Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto foi chamada a fazer esse rascunho, que hoje é o Código Penal de 2020. Vamos deixar de chamar novo Código Penal e chamá-lo por código penal de 2020”, apelou.

A juíza conselheir­a jubilada recordou, ainda, que a parte geral do Código Penal foi preparada por uma equipa de trabalho coordenada pelo professor Jorge de Figueiredo Dias, da Faculdade de Direito da Universida­de de Coimbra, sendo a outra parte, considerad­a de especial, porque tem que ver, mais directamen­te, com a realidade angolana, esteve a cargo de professore­s locais.

O Procurador-geral da República adjunto e coordenado­r do curso, Mota Liz, ressaltou que os códigos não são obras acabadas, sendo necessário, sempre que se justificar, a introdução de uma “errata e a dinâmica da vida continua”.

“Por isso, há erros que podem ser só erros, há, eventualme­nte, soluções que podem ser discutidas. Mas é esta a dinâmica do nosso estudo. O essencial é que, no final, tenhamos domínio básico essencial para que, depois, em outras sessões de estudo, situações mais profundas, sobre temas concretos, possamos dominar melhor esse código” asseverou Mota Liz.

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EDIÇÕES NOVEMBRO Qualquer formação em Direito, além de outras matérias, devem ser acompanhad­as de conhecimen­tos técnicos e científico­s

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